“Não consideramos que tomamos medidas restritivas. As regras vigentes continuam vigentes, isso com certeza”, afirmou o chanceler da Argentina, Jorge Taiana, ao final da reunião, no Itamaraty.
O regime implica na demora de até 60 dias para a liberação de importações e é considerado, pela indústria brasileira, como uma restrição à entrada de produtos fabricados aqui. Mesmo pressionado no âmbito doméstico, o governo brasileiro não pretende – ao menos por enquanto – responder na mesma moeda, adotando medidas restritivas à entrada de produtos argentinos no país.
“O Brasil prefere não tomar as medidas porque achamos que são contraproducentes ao próprio desenvolvimento da integração. Discutimos várias outras formas que poderão atender a sensibilidades mais imediatas”, garantiu o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim. “Nossa expectativa é de que, através destas conversas, se encontrem formas mutuamente acordadas que evitem medidas de caráter unilateral. A convicção do Brasil é de que não é positivo que haja medidas dessa maneira”, reiterou.
Brasil e Argentina se propõem a encontrar soluções “criativas e inovadoras” para o reequilíbrio do comércio bilateral, que registra déficit crescente da Argentina e consequentes pressões da indústria local sobre o governo de Cristina Kirchner. Na busca de tais soluções, ministros dos dois países decidiram criar um grupo de trabalho de alto nível que se reunirá já no dia 4 de março, em Buenos Aires.
Agência Brasil