Médicos da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) emitiram um alerta sobre os riscos graves associados ao manuseio de fogos de artifício durante as festas de fim de ano. Quando utilizados por pessoas sem treinamento adequado, artefatos como rojões e bombas podem provocar queimaduras de terceiro grau, traumas ósseos, amputações e até mesmo a morte.
De acordo com Antonio Carlos da Costa, presidente da SBCM, os perigos decorrem da combinação entre a força da explosão e o calor intenso. “Esses fatores podem causar fraturas nos dedos, nas mãos e no punho, além de lacerações profundas, danos aos tecidos e amputações, dependendo da gravidade do acidente”, explica o especialista.
O médico reforça a necessidade de adotar medidas de segurança ao manipular fogos de artifício, destacando que os artefatos nunca devem ser segurados diretamente com as mãos. “É fundamental utilizar suportes ou disparadores adequados. Mesmo os fogos aparentemente simples representam risco significativo”, alerta Costa.
Entre as recomendações, estão manter uma distância segura de pessoas, crianças e animais e evitar a aproximação ao artefato após o acendimento, devido ao risco de explosões inesperadas. Ele também enfatiza a importância de adquirir fogos de artifício apenas em estabelecimentos autorizados e sempre verificar o selo de segurança, que garante a conformidade do produto com as normas legais.
Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) reforçam a gravidade do problema. De janeiro a setembro de 2024, foram registrados 288 casos de internações e atendimentos hospitalares relacionados a ferimentos causados por fogos de artifício, um aumento em relação ao mesmo período de 2023, que contabilizou 271 casos. No mesmo intervalo de 2024, os atendimentos ambulatoriais por queimaduras atingiram 112 casos, enquanto, em 2023, foram 102.
Entre 2019 e 2022, o SUS registrou 1.548 internações por ferimentos causados por fogos de artifício, o que equivale a uma média de um caso por dia. Esses números reforçam a necessidade de conscientização e cuidado redobrado com o uso desses artefatos.
Da Redação com Agência Brasil
