Um reajuste de 25% no preço mínimo do trigo foi reivindicado hoje (18) por representantes de cooperativas do Paraná e do Rio Grande do Sul ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Além disso, eles pediram a manutenção da Tarifa Externa Comum (TEC), de 10%, para as importações do produto fora do Mercosul.
Segundo o secretário de Agricultura do Paraná, Valter Bianchinni, que também esteve na reunião, o ministro sinalizou positivamente em relação à manutenção da TEC, até que haja necessidade real de retirá-la.
“Os produtores não são contra a derrubada da TEC, mas deve ser feita no momento certo, não agora. O país tem estoque de cerca de 3 milhões de toneladas e deve ter que importar mais 3 milhões até o final da colheita, por volta de outubro”, afirmou o secretário. Ele disse que o ideal é que a tarifa para as importações seja mantida pelo menos até julho.
O novo preço mínimo pedido é de R$ 600 por tonelada, enquanto o valor atual é de R$ 480. Essa ação, segundo os representantes da cadeia produtiva, garantiria a comercialização do trigo após a colheita. Antes disso, os produtores pediram R$ 2,5 bilhões em crédito para o custeio da safra, que começa a ser plantada no fim de março.
O Brasil consome 10,2 milhões de toneladas de trigo anualmente, enquanto sua produção deve ser de 6 milhões de toneladas nesta safra, mas foi de 4 milhões na passada e pouco mais de 2 milhões na anterior.
Para o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, o país deve pensar em produzir mais do que consome. “O Brasil tem que exportar trigo. Temos potencial para isso. Nosso trigo é de qualidade e tem mercado”.
Koslovski elogiou o Plano Nacional do Trigo, lançado no ano passado pelo governo para ampliar o volume produzido no país. “Ele foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento da produção. Amparou com recursos cerca de um terço do volume produzido”, afirmou.
Agência Brasil