Uma mulher de 56 anos faleceu em Pernambuco após contrair raiva humana. Ela foi mordida por um sagui que, fugindo de queimadas na mata, se aproximou de áreas urbanas. A vítima, moradora de Santa Maria do Cambucá, foi internada em estado grave no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife, no dia 31 de dezembro.
Inicialmente, apresentava sintomas como dormência e fraqueza. Dois dias depois, o quadro evoluiu para agitação e insuficiência respiratória, necessitando de ventilação mecânica.
O diagnóstico foi confirmado por exames realizados no Instituto Pasteur, que também apontaram a origem silvestre do vírus. Este é o primeiro caso de raiva humana registrado em Pernambuco após um intervalo de oito anos sem ocorrências da doença.
Primeiro caso em oito anos no estado
Este é o primeiro caso de raiva humana registrado em Pernambuco desde 2016. Entre 2010 e 2024, o Brasil contabilizou 48 casos da doença, sendo as principais fontes de transmissão morcegos (24 casos), cães (9), primatas não humanos (6), raposas (2), felinos (4) e bovinos (1). Dois casos tiveram origem não definida.
O que é a raiva humana?
A raiva é uma infecção viral aguda causada pelo vírus Lyssavirus, com uma taxa de letalidade próxima a 100%. O contágio ocorre por meio da saliva de mamíferos infectados, transmitida por mordidas, arranhões ou lambidas.
Segundo o Instituto Butantan, a vacinação anual de animais domésticos é a principal forma de prevenção. Para humanos, há vacinas disponíveis tanto de forma preventiva quanto pós-exposição. Após o contato com o vírus, a imunização e o soro antirrábico são essenciais para impedir a progressão da doença, que pode levar até 45 dias para manifestar os primeiros sintomas.
Essa tragédia reforça a importância de buscar atendimento médico imediato em casos de ferimentos causados por animais, especialmente aqueles com hábitos silvestres ou em situações de risco.
Da Redação com Estadão