A gasolina fica R$ 0,10 mais cara a partir deste sábado (1º) nos postos do país. O aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis, com cobrança única em todos os estados e Distrito Federal, começa a vigorar neste sábado (1º). A medida coincide com o reajuste do diesel autorizado pela Petrobras nas refinarias e ocorre em um momento de alta volatilidade nos preços internacionais do petróleo.
Com isso, o litro do diesel deve subir R$ 0,28, somando a alta do ICMS (R$ 0,06) com a elevação da Petrobras (R$ 0,22). Não tem alteração no preço da gasolina cobrado pela estatal, mas o impacto do aumento do ICMS será sentido diretamente pelos consumidores. A expectativa é que esse reajuste também afete setores dependentes do transporte rodoviário, como o agronegócio e a distribuição de mercadorias.
O aumento do ICMS está previsto desde 30 de novembro passado, após aprovação pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne os secretários estaduais de Fazenda. A mudança ocorre em meio às discussões sobre a reforma tributária e sua influência na arrecadação dos estados, que buscam manter sua receita diante da pressão inflacionária.
No caso da gasolina e do etanol, a cobrança do imposto aumentará em 10 centavos, passando de R$ 1,3721 para R$ 1,47 por litro – um acréscimo de 7,14%. Já para diesel e biodiesel, a alíquota do imposto estadual subirá de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro, um aumento de 5,31%. Especialistas alertam que, apesar do aumento da arrecadação, a medida pode impactar o custo do frete e, consequentemente, o preço final de diversos produtos.
No caso do gás de cozinha, porém, o Confaz aprovou uma pequena redução de 1,69% na alíquota, com a cobrança passando de R$ 1,4139 para R$ 1,39 por kg. O alívio no preço do gás pode mitigar parte dos impactos do aumento dos demais combustíveis no orçamento das famílias de baixa renda.
Já a Petrobras autorizou nesta sexta-feira (31) o reajuste do preço do diesel nas suas refinarias em R$ 0,22 a partir deste sábado (1º), com o litro passando a custar R$ 3,72. O combustível estava sem aumento desde outubro de 2023, acumulando uma defasagem de 17% em relação aos preços praticados no mercado internacional. Analistas indicam que a estatal pode continuar ajustando os preços nos próximos meses, caso a cotação do barril de petróleo siga em alta.
Inflação e impacto econômico
O aumento dos combustíveis deve pressionar a inflação, em meio à discussão do governo federal para tentar frear os preços, principalmente, de alimentos. A inflação fechou 2024 em 4,83%, estourando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, de 4,5%. O aumento dos combustíveis também pode afetar a política monetária, tornando mais difícil a redução da taxa de juros no curto prazo.
A gasolina foi o subitem que mais pesou na alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), a inflação oficial do país. Em 12 meses, o combustível subiu 9,71%, variação que contribuiu diretamente com 0,48 ponto percentual na taxa da inflação. Especialistas apontam que a manutenção de preços elevados pode reduzir o poder de compra da população e desacelerar o consumo.
A última vez em que a Petrobras reajustou o preço da gasolina nas refinarias foi em 9 de julho do ano passado. Entre as principais causas que afetam o preço dos combustíveis estão a alta do dólar, que encarece a importação e insumos, além de custos logísticos, que variam conforme as distâncias percorridas e as condições de infraestrutura de cada região. Outro fator importante é a política de preços da Petrobras, que busca equilíbrio entre custos internos e valores praticados no mercado global.
O preço médio do litro da gasolina terminou o ano de 2024 em R$ 6,14, um aumento de 9,6% em relação ao valor cobrado nos postos de combustível do país em dezembro de 2023, que era de R$ 5,60. Já o etanol subiu 18% no mesmo período, passando de R$ 3,42 para R$ 4,11 o preço médio do litro. O diesel também registrou alta, subindo de R$ 6,02 para R$ 6,11 o litro, elevação de 1,5%. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Além do impacto direto no consumidor, a alta dos combustíveis deve influenciar o setor de transportes e logística, podendo encarecer passagens de ônibus, fretes e o custo de vida em geral. Diante desse cenário, o governo estuda medidas para mitigar os efeitos da inflação sobre a população de baixa renda, como ampliação de subsídios e programas de transferência de renda.
Da Redação com informações do R7