Uma onda de calor prevista para ocorrer entre 12 e 21 de fevereiro deve afetar principalmente o Sudeste e o Sul, mas também o Centro-Oeste e Nordeste brasileiro. Especialistas alertam que esse evento pode ser um dos mais intensos dos últimos anos, impulsionado por padrões climáticos globais, como o El Niño, que contribui para o aumento das temperaturas.
As altas temperaturas podem produzir sensações térmicas que atinjam até 70 °C durante esse período. A projeção está baseada em uma tabela utilizada pelo Núcleo de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP), que considera a relação entre temperatura ambiente e umidade relativa do ar.
A intensa onda de calor que atinge essas regiões revela temperaturas que, no cenário atual, ultrapassam aquelas registradas pelos termômetros. Em 2024, por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro chegou a registrar sensação térmica de 62,3 °C no dia 17 de março, um recorde preocupante que reforça os impactos das mudanças climáticas na vida cotidiana.
Sensação térmica
Para informar a sensação térmica, é preciso considerar a temperatura em graus Celsius (à esquerda da tabela) e a umidade relativa do ar (na parte superior da tabela em porcentagem). Com base na junção dessas informações, obtemos a sensação térmica real, que pode ser significativamente mais alta do que os valores registrados pelos termômetros.
Em uma cidade onde os termômetros batem 38 °C e a umidade do ar é de 60%, por exemplo, a sensação térmica sentida pode ser de 55 °C. Em outra cidade, com previsão de 41 °C e umidade de 40%, a sensação pode ser de 53 °C. Esse efeito impacta diretamente a saúde da população, podendo causar exaustão térmica, desidratação e, em casos extremos, insolação.
Ou seja, a sensação térmica não está ligada somente à temperatura em graus Celsius, mas à combinação com a umidade do ar no local e no mesmo horário. Quanto maior a umidade do ar e a temperatura, mais quente será a sensação térmica. Por isso, especialistas recomendam a hidratação constante, o uso de roupas leves e a permanência em locais ventilados ou climatizados durante os períodos mais quentes do dia.
Acima dos 50 °C
Em Porto Alegre, a previsão da Climatempo indica que a máxima, nesta terça-feira (11), pode alcançar 39 °C, com picos de umidade do ar chegando a 95%. Segundo a tabela acima, a capital gaúcha pode registrar sensação térmica de 70 °C. Essa condição extrema pode trazer riscos severos à saúde, exigindo atenção redobrada com idosos, crianças e pessoas com condições pré-existentes.
Em São Paulo, a expectativa de recordes de calor na quarta (12) e quinta-feira (13), com previsão para máximas entre 34 °C e 35 °C, indicam a possibilidade de sensação térmica acima dos 50 °C. Isso ocorre porque, com a expectativa de que a umidade do ar esteja em 85% em algum período desses dias, a sensação térmica pode chegar a 56 °C. Autoridades recomendam medidas preventivas, como evitar exposição prolongada ao sol e reforçar a ingestão de líquidos.
No Rio de Janeiro, a expectativa também é de altas temperaturas na quarta e quinta-feira, podendo chegar a 39 °C. Para essa quarta-feira (12), a expectativa de umidade do ar pode chegar a 88%. Em caso de combinação entre os fatores, a população carioca pode encarar sensação térmica de 66 °C. Além do desconforto extremo, essas condições podem elevar a demanda por energia elétrica devido ao uso excessivo de ar-condicionado e ventiladores, podendo levar a sobrecarga no sistema elétrico.
Especialistas alertam que eventos climáticos extremos como esse tendem a se tornar mais frequentes devido às mudanças climáticas globais. O aumento das temperaturas médias e a intensificação de fenômenos como o El Niño reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para adaptação e mitigação dos efeitos do calor extremo na sociedade.
Da Redação com informações da CNN