Segundo investigações, mais de 100 pessoas estariam envolvidas na organização da emboscada que a Mancha Alviverde, torcida organizada do Palmeiras, promoveu a integrantes da Máfia Azul em Mairiporã, interior de São Paulo, em outubro do ano passado. A ação resultou na morte do setelagoano José Victor Miranda e em 17 outros feridos.
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De acordo com o UOL, 19 pessoas seriam os responsáveis pela organização do ataque, incluindo o ex-presidente da organizada palmeirense Jorge Luís Sampaio, o ex-vice Fellipe Matos dos Santos e Luiz Ferreti Júnior, que seria advogado da Mancha Alviverde – este, na investigação, foi o responsável por transportar o líder da torcida até o local da emboscada. Ferretti teria utilizado o carro da própria esposa e, em sua residência, a polícia encontrou uma notificação de infração de trânsito pelo excesso de velocidade no retorno do local do crime. O mesmo grupo é suspeito de causar o incêndio no ônibus da Máfia Azul.
Outros integrantes, Lucas Henrique Zanin dos Santos e Cesar Augusto Pinheiro Melo, adulteraram as placas de veículos utilizados na ação em Mairiporã. “Para a concretização da emboscada, dividiram-se em diversos automóveis e armaram-se com barras de ferro, pedaços de madeira, fogos de artifício, bolas de bilhar, pedras, entre outros objetos. Além disso, a maioria dos denunciados adotou medidas para dificultar o reconhecimento”, diz o inquérito, publicado pelo UOL.
O documento aponta que a polícia paulista identificou através de dados de GPS de celular que Fellipe Mattos, o Fezinho, esteve no local do ataque na véspera do crime. Tal fato reforça o argumento de que foi uma ação planejada.
Alta periculosidade e vingança
Jorge Luís Sampaio é apontado pela polícia como o “mentor intelectual” da emboscada à Máfia Azul. Descrito como um indivíduo de “alta periculosidade”, ele seria o “principal interessado” no revide por causa de um confronto anterior entre as organizadas, ocorrido em 2022 na rodovia Fernão Dias, altura de Carmo da Cachoeira, sul de Minas, quando foi espancado e teve documentos roubados por cruzeirenses.
Ele não havia sido identificado nas gravações da emboscada quando teve o mandado de prisão expedido, mas outros indícios sustentaram o pedido das autoridades. A localização do celular do ex-presidente apontou que Jorge esteve no local onde ocorreu o ataque aos cruzeirenses. Além disso, um agressor foi gravado esbravejando o nome do então presidente da Mancha enquanto chutava a cabeça de uma vítima: “É a tropa do Jorge”.
A defesa do ex-presidente da Mancha Alviverde pediu a transferência dele do presídio de Guarulhos, na Grande São Paulo, para a penitenciária de segurança máxima de Tremembé, cerca de 130 km de distância da capital paulista, para “assegurar sua integridade física”. A Justiça negou o pedido e ele segue em prisão preventiva.
Caso
Ocorrido na madrugada de 27 de outubro de 2024 na rodovia Fernão Dias (BR 381), na cidade de Mairiporã, integrantes da Mancha Alviverde encurralaram dois ônibus da Máfia Azul que voltavam de Curitiba após a partida entre Athletico Paranaense e Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro. O violento ataque teve como vítima José Victor Miranda (30 anos). Outros 17 integrantes da organizada cruzeirense ficaram feridos.