A aproximação de uma frente fria colocou o Estado do Rio de Janeiro em alerta nesta sexta-feira (4). De acordo com previsões meteorológicas, o volume de chuva acumulado até domingo poderá superar a média histórica de abril em apenas três dias. As regiões mais afetadas devem incluir a capital fluminense e cidades serranas como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.
Meteorologistas da Climatempo destacam que a combinação entre o relevo montanhoso e a umidade vinda do oceano aumenta significativamente o risco de ocorrência de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra e quedas de árvores. As rajadas de vento podem chegar a 80 km/h.

Medidas emergenciais da Prefeitura do Rio
Diante da possibilidade de transtornos, a Prefeitura do Rio colocou em ação um plano emergencial, mobilizando 100 trabalhadores, 50 caminhões e 25 retroescavadeiras para ações preventivas em pontos críticos. Os trabalhos estão concentrados na limpeza de galerias pluviais e na melhoria do escoamento da água da chuva. A Secretaria Municipal de Conservação também identificou 270 ralos com drenagem comprometida e intensificou o atendimento em áreas propensas a alagamentos.
Equipes da Comlurb estão preparadas para remover árvores e entulhos que possam obstruir vias. A Guarda Municipal poderá interditar ruas em caso de grandes acumulações de água ou queda de galhos. Já a Defesa Civil permanece em alerta para acionar sirenes em comunidades vulneráveis e orientar moradores sobre as rotas de evacuação.
Municípios também adotam precauções
Na Baixada Fluminense, a Prefeitura de Nova Iguaçu decidiu suspender as aulas presenciais nos turnos da tarde e da noite desta sexta-feira, enquanto as atividades da manhã ocorreram normalmente. A medida visa diminuir o deslocamento de pessoas durante o período mais crítico das chuvas.
No âmbito estadual, o governo do Rio de Janeiro realizou reuniões com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) e enviou alertas meteorológicos a todas as prefeituras. A Secretaria Estadual de Defesa Civil segue monitorando a situação em tempo real, com suporte do CEMADEN-RJ.
O Corpo de Bombeiros reforçou sua estrutura operacional, posicionando viaturas, embarcações e aeronaves em pontos estratégicos. Escolas estaduais também foram preparadas para servir de abrigo, caso haja necessidade de retirar moradores de áreas de risco.
Sistema de alerta e suporte social ativado
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos organizou uma logística emergencial para fornecer suprimentos essenciais, como cestas básicas, kits de higiene, colchonetes e água potável às regiões mais afetadas.
Atualmente, o estado conta com 202 sirenes e 70 pluviômetros instalados em áreas vulneráveis. Na capital, existem 164 sirenes distribuídas por 103 comunidades, além de aproximadamente 200 pontos de apoio em igrejas, escolas e centros comunitários. Moradores podem se cadastrar para receber alertas via SMS enviando uma mensagem para o número 40199.
Previsão de chuva intensa e possíveis impactos
Segundo a Climatempo, a região sul da Serra Fluminense pode registrar entre 250 mm e 350 mm de chuva até domingo. Na capital e nos municípios de Campos dos Goytacazes, São Fidélis e Macaé, o volume esperado varia entre 150 mm e 250 mm. Mesmo com menor intensidade, o Sudoeste fluminense também pode enfrentar até 150 mm de precipitação.
O meteorologista Thiago Sousa, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explicou que os temporais devem se intensificar entre a tarde desta sexta-feira e a madrugada de sábado.
“Ainda há incertezas sobre o horário exato de início e a distribuição final dos volumes de chuva, mas os modelos meteorológicos serão atualizados constantemente,” destacou Sousa. Ele alertou a população para acompanhar as orientações das autoridades, especialmente aqueles que vivem em áreas propensas a deslizamentos e inundações.
Sábado será o dia mais crítico
A previsão para este sábado (5) indica um cenário de intensa instabilidade, com tempestades mais severas na Região Serrana, no Norte e no Noroeste do Estado. Há risco de raios, alagamentos e ventos fortes. Nas demais regiões, a instabilidade permanece, com chuvas moderadas a fortes. No domingo (6), espera-se uma redução gradual na intensidade das chuvas.
Os ventos também são motivo de preocupação. As rajadas devem variar entre 60 km/h e 80 km/h na sexta-feira, mantendo-se no sábado, com picos de até 70 km/h. O risco de quedas de árvores e galhos é significativo, assim como possíveis impactos em estruturas metálicas. No litoral, ondas de até três metros poderão provocar ressacas entre sábado e domingo, afetando praias e áreas costeiras.
com informações da Revista Oeste