Brasília – O uso do crack é considerado com uma espécie de fim de linha no trajeto da dependência química, o que reforça o preconceito contra quem consome essa droga, por muito tempo associada à população de rua. Pesquisadores, usuários e traficantes ressaltam este aspecto do vício, que pode se configurar como um agravante para a recuperação.

“Os próprios jovens são muito preconceituosos e contribuem para isolar o adolescente que usa crack, se descontrola e rapidamente se torna dependente. E isso não contribui para que ele peça ajuda, peça socorro”, afirma a socióloga Sílvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes.
Maurício, 31 anos, consumiu crack desde os 20 anos e está em tratamento há 3 meses para tentar se libertar do vídcio e da imagem negativa. “Sempre jogam na cara de quem usa crack, chamam de pedrinha, de tijolo. Você fica humilhado e mal tratado. O crack é uma droga que não permite partilhar com outro amigo”, explica.