De janeiro a setembro, a migração de dívidas de pessoas físicas entre os bancos representou pouco mais da metade em relação ao mesmo período de 2013. Apesar das novas regras para facilitar à portabilidade de credito a adesão a essa transação foi pequena. A possível causa de acordo com especialistas é a concorrência e a alta dos juros.
Segundo dados do Banco Central foram 274.990 operações entre janeiro e setembro, contra 534.496 no ano anterior. A queda se deu no período em que a resolução 4.292 passou a vigorar desde maio deste ano, forçando os bancos a agilizarem as migrações por meio eletrônico.
Quando solicitado à transação as instituições procura renegociar as dívidas, apresentando mais condições de pagamento a fim de evitar a migração para a concorrência. De acordo com o especialista em dinheiro bancário e do consumidor, Alexandre Berthe. “Se for este o motivo da queda na portabilidade, considero válida a resolução do Banco Central”.
Os maiores bancos concorrentes do Brasil são detentores de 80% dos empréstimos no país. Dentre eles estão o Itaú, o Santander, o Bradesco, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
O cliente que encontrar juros menores em outros bancos, pela nova regra, tem cinco dias para receber um retorno sobre a migração. “Se não tiver êxito, deve entrar em contato através do SAC do banco onde têm a dívida e, se não resolver, reclamar no Banco Central ou no Procon”, orienta a economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim.
Para Miguel, da Anefac, a migração é mais vantajosa para modalidades de crédito mais caras, como cartão de crédito e cheque especial, que em setembro tiveram taxas médias de 10,78% e 8,48% por mês, respectivamente.
No financiamento imobiliário, uma redução de apenas 0,5 ponto percentual nos juros pode representar economia significativa no total pago pelo imóvel, devido ao longo prazo, tornando a portabilidade mais vantajosa.
Veja uma Simunlação:
IMÓVEL DE R$ 500 MIL, FINANCIADO EM 360 MESES | ||
Taxa de juros (ao ano) | Valor da prestação | Valor total pago (em R$) |
10% | 4.373,08 | 1.574.308,8 |
9,5% | 4.196,97 | 1.510.909,2 |
9% | 4.023,11 | 1.448.319,6 |
8% | 3.640,98 | 1.310.752,8 |
Um imóvel de R$ 500 mil financiado a juros de 10% ao ano, em 360 meses, pode ficar R$ 63,3 mil mais barato com uma mera redução da taxa para 9,5% ao ano.
Com Site G1