A pesquisa, que mapeou as principais tendências econômicas nacionais e mundiais, faz um recorte do impacto do desenvolvimento econômico brasileiro no cenário global e aponta as oportunidades e caminhos para os pequenos negócios em 2015.
O estudo identificou um aumento expressivo na relação empresas x habitantes, evoluindo de uma empresa a cada 42 habitantes, em 2000, para uma a cada 24, em 2015, aproximando o Brasil dos índices europeus registrados em 2000, quando Alemanha, França, Reino Unido e Itália apresentavam, respectivamente, 23, 24, 23 e 14 habitantes por empresa.
A projeção é que, em 2015, o universo de MPE passe dos atuais 5 milhões para 8,8 milhões, e que mais da metade destes negócios (4,8 milhões) esteja concentrada no setor de comércio (55%), em todo o País, seguido pelos serviços (34%) e indústria (11%).
Para o superintendente do Sebrae/SP, Ricardo Tortorella, o crescimento da relação empresas por habitantes no País pode ser atribuído em sua maior parte à estabilidade econômica originária do Plano Real, ao aumento da confiabilidade institucional, ao crescimento econômico e à consolidação do ambiente democrático.
“Quando há crescimento econômico aliado a um ambiente institucional estável, há maior sensação de previsibilidade, o planejamento se torna menos difícil e o empreendedor se sente mais confiante em investir. O resultado é o aumento do número de empresas no País”, avalia Tortorella, que destaca ainda a sanção da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa no final de 2006 (Lei Complementar 123/06), como um dos marcos que contribuem para a melhora do ambiente institucional e de investimentos no País.
Crescimento dos Serviços – O Estudo aponta também os setores que devem ter maior índice de crescimento nos próximos anos. No comércio, os destaques são para os segmentos de materiais e equipamentos para escritórios e informática (crescimento de 12,5% a/a no número de MPE), comércio de autopeças (7,7% a/a) e quitandas, avícolas e sacolões (7,1% a/a).
No setor de serviços lideram: informática (12% a/a), transporte terrestre e atividades auxiliares de intermediação financeira empatadas, com 8,4% a/a. Na indústria, o destaque é para o ramo de fabricação de máquinas e equipamentos (7,5% a/a), edição e gráfica (5,6% a/a) e confecção de artigos do vestuário (5,0% a/a) – este, um dos setores que historicamente vem puxando o bom desempenho da indústria nos pequenos negócios.
Oportunidades – Além de destacar uma retomada do crescimento mundial a partir de 2010, com índice de 4,9% ao ano de variação projetada para o produto mundial (ritmo mais forte dos últimos 40 anos), o estudo também apontou segmentos que representam oportunidades para empreender a partir de novas tendências na economia e na sociedade. São elas: educação on-line, lojas especializadas para população com mais de 60 anos, negócios voltados à preocupação com a saúde como cursos, lojas e atividades e centros de lazer e brinquedos, atendendo a forte emancipação do consumo das crianças.
As oportunidades de negócio seguem a tendência de mudança de consumo da população. Os indicadores sociais do estudo ratificam o aumento da classe C e queda das classes D e E. A redução das desigualdades e a melhora dos indicadores sociais apontam para uma maior escolaridade e aumento na renda das pessoas. Além disso, a pesquisa registra também um aumento da expectativa de vida e da idade média dos brasileiros (pessoas com mais de 40 e mais de 60 anos empreendendo).
Internet e Informação – As fontes de informação do empreendedor também devem mudar. Ele utilizará de forma mais intensiva a internet, computadores e celulares. Hoje, a principal fonte de informação dos empresários de pequenos negócios ainda é o contador (87%), seguido pelas pessoas ou empresários do mesmo ramo (72%) e a internet (62%).
A expectativa de utilização da internet para busca de informações deve crescer ainda mais nos próximos anos com aumento do número de computadores e das redes de acesso de alta velocidade.
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