Para a coordenadora do Instituto Patrícia Galvão, Fátima Pacheco Rodrigues, a polícia está despreparada para receber as vítimas de violência familiar. Segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados se mostram céticos quanto ao papel da polícia e do Judiciário. Deste percentual, 7% considera que a maioria dos juízes e policiais é machista e muitas vezes até concordam com o agressor. “É preciso criar mais delegacias especializadas no atendimento à mulher”, disse Fátima.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire, compartilha da mesma opinião da coordenadora: “Nenhuma instituição está livre do machismo”.
Durante o lançamento da pesquisa, a agente de saúde Josenilda Ferreira da Silva Santos contou que o escrivão que a atendeu em uma delegacia comum não queria registrar o Boletim de Ocorrência quando ela procurou a polícia após ser agredida pelo ex-marido. “Minha sorte foi que tinha uma delegada de plantão, que explicou todos os passos da Lei Maria da Penha”, disse.
A ministra destacou que a violência atinge mulheres de todas as classes sociais e que, por esse motivo, é preciso união para combater o problema.
Nilcéa também destacou que a secretaria pretende recolher 100 mil assinaturas de homens que são contra a violência doméstica até o dia 7 de agosto.
“O presidente Lula foi o primeiro a assinar e tenho certeza que muitos outros estão dispostos a fazer o mesmo. Se homens e mulheres não estiverem juntos, não conseguiremos nunca combater esta violência”, completou.