A reivindicação foi apresentada hoje (27) por lideranças da Amazônia, durante seminário, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro da capital fluminense. No evento, os índios também cobraram do banco, a publicação de normas claras para os editais de captação de recursos.
“Os povos indígenas contribuíram para a constituição do fundo. Quando o governo federal defendeu a proposta em outros países, a participação dos índios contou. Por isso, queremos ver aplicação dos recursos e retorno aos povos”, afirmou o representante das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Cléber Karipuna.
Organizador do seminário, Karipuna explica que o fundo pode financiar projetos de educação, saúde e proteção do meio ambiente. “Precisamos de mais professores e materiais didáticos específicos, tratamento para doenças e investimentos em infraestrutura”, destacou.
No evento, o líder Antenor Karitano também defendeu que, com os projetos, os índios poderão proteger o próprio território. “Não é o índio trabalhar como fiscal, mas equipar com projetos. O índio pode pescar, criar um roçado, andar naquela área, viver lá e evitar a entrada do não índio, do madeiro, do fazendeiro.”
O diretor do Fundo Amazônia, que é operado pelo BNDES, Eduardo Bandeira de Mello, disse que “está de acordo com a participação substancial dos índios” e lembrou que a Coiab é um das instituições do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa).
“Não temos que olhar para a distribuição percentual dos recursos, mas como vamos chegar aos resultados”, afirmou.
“Queremos que a preservação seja associada a atividades econômicas sustentáveis, que melhorem as condições das populações tradicionais.”
O Fundo Amazônia é um mecanismo criado pelo governo para arrecadar contribuições voluntárias para ações de preservação na Amazônia como manejo, gestão de florestas e recuperação de áreas desmatadas.