O trabalho consiste apenas em receber um documento preenchido pelos próprios passageiros, a maioria argentinos, que trata da situação de saúde de cada um. Antes de entrar no Brasil, eles não são sequer atendidos individualmente – o motorista do veículo é quem entrega os documentos ao fiscal da Anvisa.
Antonela Rodriguez, estudante de 16 anos, entrou no país acompanhada de parentes de Santo Tomé, cidade argentina próxima ao município brasileiro de São Borja. Apesar de já ter visitado o Brasil diversas vezes, esta é a primeira vez que a família cruza a fronteira após o início da pandemia de gripe suína. Ela diz que esperava encontrar algum tipo de fiscalização sanitária, mas que isso não aconteceu.
“A fiscalização é muito importante simplesmente porque nossa vida está em risco. Na Argentina, também não há controle [para a entrada de estrangeiros na fronteira]. O único controle que há é o que as famílias fazem em suas casas. Nas ruas, não há. O risco de trazer a doença para cá existe”, disse.
Rivero Valtez mora na mesma cidade de Antonela e cruzou a fronteira para ir a uma festa em São Borja. Ele afirmou estar surpreso pela falta de fiscais dando orientação em relação à doença. “Esperava encontrar algo”, disse. “Não nos deram nem álcool em gel”.
Ele classificou o cenário de gripe suína em seu país como “severo”, mas admitiu que, com a ausência de controle sanitário brasileiro, tem medo contrair o vírus durante a estadia por aqui.
Enviada especial da EBC