Para Ananias, isso está inserido “na própria soberania do país e na estabilidade econômica que o país vive atualmente”. Qualquer ajuste que for necessário em função da crise mundial, será feito, segundo o ministro, ao lembrar que isto já vem ocorrendo na área econômica, a partir de decisões do presidente da República junto ao Banco Central e aos ministérios da área econômica.
Os que defendem a redução de recursos para atender à pobreza, conforme o ministro, “são os mesmos que pregavam, no passado recente, o estabelecimento do Estado Mínimo, mentalidade que já se revelou ultrapassada”, disse o ministro.
Patrus Ananias criticou “a tendência neo-liberal de que o investimento na área social retrai o desenvolvimento econômico”, argumentando que os programas de apoio à pobreza, ao contrário, “fazem movimentação econômica, e com isso ativam as atividades produtivas”.
O Brasil tende a fazer o que foi receitado pelo presidente Roosevelt, dos Estados Unidos, quando da grande depressão ocorrida em 1929, conforme o ministro. “Enquanto muitos pregavam o pé no freio, ele resolveu que o país deveria, isto sim, acelerar, e deu certo”.
O ministro lembrou que o Brasil “já não vive a mesma situação do passado, em que um espirro nos Estados Unidos provocava uma gripe aqui, ou quando havia uma gripe por lá, provocava pneumonia aqui. O país hoje é outro”, argumentou.
Ananias informou que o governo vai investir no próximo ano R$ 13 bilhões na área da agricultura familiar. “Estamos implantando, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, os territórios da cidadania e o programa Mais Alimentos, que ajuda os médios produtores com o financiamento de equipamentos. Também está no foco do governo o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, que sintetiza bem o programa Fome Zero, pois dá trabalho e renda no campo”.
Os programas de assistência social devem integrar uma política de Estado permanente, segundo defendeu o ministro, a exemplo do que ocorre em países escandinavos. “Elas não se encerram quando começam a dar resultado. Ao contrário, têm continuidade para que a população evolua junto com a atividade econômica”, exemplificou o ministro.
A agricultura familiar precisa continuar recebendo apoio, conforme defendeu o ministro, “porque garante o fornecimento interno de alimentos, viabilizando a oferta de apoio alimentar do governo às populações mais vulneráveis, como os idosos e as crianças”.
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome falou sobre os programas do governo para a área social durante a instalação do seminário “Semana Mundial da Alimentação: os desafios para a segurança alimentar e nutricional e as respostas do governo brasileiro”, que está sendo realiza no Palácio do Planalto.
Participam do encontro, além do MDS, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e diversos outros organismos. O evento marca o Dia Mundial da Alimentação, que se comemora amanhã (16).
AGÊNCIA BRASIL