Números de 2005 indicam que o segmento da agricultura familiar e as cadeias produtivas a ele interligadas responderam por 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Isso equivale a R$ 174 bilhões em valores daquele ano. Uma participação significativa na geração de riqueza para o País. O levantamento mostra que 82,8% da produção de mandioca são provenientes da agricultura familiar. A produção de suínos vem em segundo lugar com 59%, seguida do feijão (58,9%), leite (55,4%), aves (47,9%), milho (43,1%), arroz (41,3%) e soja (28,4%).
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O gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae Nacional, Juarez de Paula, destaca que a agricultura familiar é essencial sob diversos aspectos. “Do ponto de vista produtivo, o segmento representa cerca de um terço do agronegócio brasileiro. E, diferentemente do agronegócio voltado para a exportação, geralmente baseado na produção de commodities, em monoculturas com uso intensivo de mecanização e de agroquímicos (fertilizantes e pesticidas), a agricultura familiar é diversificada, mais intensiva em ocupação e menos dependente dos agrotóxicos e dos organismos geneticamente modificados, as sementes transgênicas”, diz.
Agroecologia – A agricultura familiar também tem espaço de destaque na preservação ambiental. “Esse tipo de agricultura presta serviços ambientais relevantes, como a manutenção das reservas legais e das áreas de proteção permanente e a preservação de nascentes e recursos hídricos, serviços estes que agora começam inclusive a ser remunerados, face às ameaças do aquecimento global e seus impactos climáticos”, ressalta Juarez.
A importância de os produtores familiares trabalharem com orgânicos também está relacionada à tendência do mercado consumidor. Cada vez mais, a busca é por alimentos seguros e saudáveis. Para completar, essa produção é mais barata, na medida em que dispensa o uso de agroquímicos. E, também pressupõe menor escala, sendo mais apropriada para a pequena produção.
Juarez destaca também que, apesar da crise mundial no setor financeiro e da alta no preço dos alimentos, o governo brasileiro continua apoiando esse segmento. “As políticas públicas têm facilitado o acesso ao crédito para a agricultura familiar, têm incentivado o aumento da produção e oferecido canais de comercialização por meio de programas de compras governamentais. É difícil prever um cenário, mas se essas políticas forem mantidas, o ambiente continuará favorável para a agricultura familiar”, avalia.
Apoio – O Sebrae também participa do apoio ao agronegócio familiar. Na Unidade de Agronegócios da Instituição, há 467 projetos voltados para 14 setores: agricultura orgânica, agroenergia, apicultura, aqüicultura e pesca, café, carnes, derivados de cana-de-açúcar (cachaça, melado, rapadura), floricultura, fruticultura, horticultura, leite e derivados, mandiocultura, ovinocaprinocultura, plantas aromáticas e medicinais. São cerca de 22 mil clientes cadastrados e beneficiados pelos projetos.
Dia Mundial da Alimentação – A celebração no dia 16 de outubro de cada ano é para comemorar a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A idéia é sensibilizar a sociedade sobre a difícil situação de pessoas que passam fome e estão desnutridas, promovendo em todo o mundo a participação da população na luta contra a fome. A data foi comemorada pela primeira vez em 1981.