O coordenador estadual da Emater-MG, Dirceu Alves Ferreira, que fará a palestra “Panorama do Mercado Apícola de Minas Gerais”, informa que o Estado de Minas Gerais é o quarto maior produtor do país, com cerca de 5 mil toneladas anuais, o que representa quase 12% do mercado nacional.
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De acordo com o especialista, ainda há muito espaço para o crescimento da atividade em Minas. “É o Estado com maior potencialidade para o desenvolvimento do setor. Tem clima favorável, florada durante todo o ano e um mercado amplo e ainda pouco explorado”, analisa. O coordenador da Emater-MG destaca ainda a importância da apicultura para a geração de emprego e renda no campo. A produção de mel no Brasil gera cerca de 330 mil empregos diretos e, em Minas Gerais, cerca de 30 mil.
A Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, presta assistência técnica a cerca de 1.600 apicultores, dos cerca de 3,5 mil em atuação em Minas. Para Dirceu Ferreira, as orientações recebidas pelos agricultores familiares por meio da Emater-MG vem proporcionando melhoria na cadeia produtiva, com disponibilização de crédito rural e conhecimentos tecnológicos para os pequenos produtores.
A suspensão do embargo europeu às compras do mel brasileiro trouxe novo estímulo para o setor. Nos primeiros oito meses de 2008, as exportações de mel cresceram 16% em relação ao mesmo período do ano passado. E o crescimento na receita foi ainda maior: 67%. O Brasil ficou quase dois anos sem poder comercializar produtos apícolas para países da Comunidade Européia, por conta de exigências mais duras em relação à segurança alimentar. Com o fim do embargo, depois de mais de dois anos a Alemanha voltou a ser o principal destino das exportações brasileiras de mel, superando os Estados Unidos no consumo do produto.
Além dos aspectos comerciais, o I Seminário de Apicultura do Médio Piracicaba vai debater outros temas, como o associativismo e a legislação sanitária aplicada à apicultura. Esse assunto vem causando polêmica entre os representantes do setor, desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou que 7% do mel no Brasil está contaminado pela bactéria Clostridium botulinum, que causa o botulismo, uma grave doença neurológica. Por isso, agora é obrigatório constar nos rótulos que o produto não deve ser consumido por crianças menores de um ano, que ainda não têm a flora intestinal desenvolvida para proteger o organismo contra as toxinas liberadas pela bactéria.
O médico veterinário Dirceu Alves Ferreira afirma que o produto é seguro para consumo, desde que tenha sido beneficiado em entrepostos registrados, onde o mel passa pelo processo de pasteurização, que elimina os esporos da bactéria causadora do botulismo. “Não se deve consumir mel ou outros produtos apícolas que não apresentem registro da Vigilância Sanitária. Mas o produto devidamente registrado é totalmente seguro e até recomendado, pois tem diversas propriedades benéficas à saúde”, recomenda o coordenador da Emater-MG.