Para a economista Carolina Lacerda, responsável pela Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbima, a crise financeira internacional gerou oportunidades e necessidades que foram aproveitadas pelas grandes empresas nacionais. Em contrapartida, segundo ela, o clima de incerteza predominou entre as médias e pequenas companhias, fazendo-as postergar suas decisões de investimento.
“A grande diferença é que houve um maior número de operações de fusões e aquisições entre empresas brasileiras e não de empresas estrangeiras adquirindo ativos no Brasil, como ocorria no passado”, disse a economista à Agência Brasil.
A pesquisa revelou ainda que 32,8% das operações foram de negócios superiores a R$ 1 bilhão. No mesmo período do ano passado, as mesmas transações representavam 19,3% do total. “São operações grandes que continuam acontecendo na crise. As operações menores acabam ficando um pouco retraídas devido ao clima de incerteza”, afirmou Carolina Lacerda.
O setor de alimentos, em função das fusões da JBS Friboi com a Bertin e da Sadia com a Perdigão, liderou o movimento de fusões e aquisições entre janeiro e setembro de 2009, respondendo por 45,5% do volume financeiro. Em segundo lugar aparece o setor de papel e celulose.
A expectativa da Anbima é fechar o ano com números similares aos de 2007. Para 2010, o otimismo se mantém, uma vez que a crise tornou os ativos mais baratos. Além disso, o bom momento da economia nacional comparativamente à de outros países e a realização, no Brasil, de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estimulam o consumo e a movimentação de recursos. “Então, a nossa expectativa é de um crescimento ainda maior em 2010”, afirmou.
Carolina Lacerda disse ainda que deverão ser realizadas no próximo ano muitas operações de fusão e aquisição no setor bancário, principalmente de bancos médios, e aquisição de bancos estrangeiros por bancos brasileiros.
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil