Um documento assinado por integrantes do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Polícia Federal (PF) pede ao conselho de administração da mineradora Vale, responsável pelo crime ambiental de Brumadinho, o “imediato afastamento” do diretor-presidente, Fabio Schvartsman, além de outros quatro diretores da empresa. As informações são da coluna Painel, da Folha de São Paulo.
O documento também determina que os cinco diretores da Vale fiquem impedidos do “exercício de quaisquer funções e atividades nas empresas integrantes do grupo Vale S.A, proibindo seu acesso a quaisquer de seus prédios ou instalações”.
A decisão tem o objetivo de evitar que os membros da Vale citados no documento ocultem provas ou combinem versões sobre o ocorrido em Brumadinho. Se o conselho da mineradora não acatar o pedido, a prisão dos envolvidos será avaliada pela investigação.
Os advogados do conselho de administração da Vale receberam o texto no final da tarde de sexta-feira (1º). A empresa tem 10 dias para informar se cumprirá ou não a recomendação. Se não se manifestar, o MPF, o MPMG e a PF vão considerar o silêncio da Vale como recusa do pedido.
“A partir da data da entrega desta recomendação, seus destinatários são considerados como pessoalmente cientes da situação ora exposta e, nesses termos, passíveis de responsabilização por quaisquer eventos que lhes forem imputáveis”, diz um trecho do documento.
Além do presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a recomendação se aplica ao diretor-executivo de ferrosos e carvão, Gerd Peter Poppinga, ao diretor de planejamento, Lúcio Flavio Gallon Cavalli, e ao diretor de operações do corredor Sudeste, Silmar Magalhães Silva. Outros três gerentes e dois técnicos também estão no grupo alvo das investigações.
Uma semana antes do documento ser apresentado aos advogados da Vale, gerentes e técnicos da empresa afirmaram, quando ainda estavam presos, que diretores da mineradora tinham conhecimento de problemas na barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
O Ministério Público Federal, assim como o de Minas Gerais, e a Polícia Federal trabalham na investigação do crime ambiental ocorrido em Brumadinho, em 25 de janeiro, quando a barragem da Vale se rompeu no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte matando 186 pessoas. Até o momento, outras 122 seguem desaparecidas.
Com O Tempo