Beber e dirigir é uma das principais causas de acidentes de trânsito em todo o mundo. E no Brasil não é diferente. Para fiscalizar os motoristas, as polícias contam com o reforço de equipamentos cada vez mais modernos. Os mais tradicionais são os etilômetros (bafômetros), mas, em breve, um novo aparelho, conhecido como “drogômetro” também poderá reforçar a fiscalização nas estradas.
Atualmente, há cerca de quatro equipamentos – sendo dois etilômetros e dois drogômetros –, conforme explica o diretor de marketing e relações institucionais da Orbitae, fornecedora de alguns aparelhos em Minas Gerais, Ubiratan Sá Junior. “Tem o aparelho evidencial, para colher provas do consumo de álcool, e o bafômetro passivo, que faz uma espécie de triagem nas operações de blitze. Já os drogômetros são de dois tipos: um que afere a droga por meio do suor colhido da digital do motorista, e outro que coleta a saliva do condutor em apenas 15 segundos”, afirma. Todos os aparelhos são importados de Canadá, Alemanha e Inglaterra e custam em média R$ 45 mil.
Desde o fim de 2018, os bafômetros passivos funcionam no Estado. A Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG) informa que possui atualmente 230 etilômetros tradicionais e 82 etilômetros passivos distribuídos pelas delegacias do Estado. A assessoria de imprensa do órgão, porém, afirma que “ainda não há drogômetros em operação no Estado”.
Drogômetro
O aparelho que consegue identificar mais de 15 tipos de drogas já está sendo testado pelos Departamentos de Trânsito (Detrans) como projeto-piloto em alguns locais, como Curitiba e Distrito Federal, conforme portaria instituída em abril de 2019 pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“O bafômetro detecta que o motorista fez uso de álcool por até dez horas. O mecanismo de funcionamento do drogômetro é parecido. Ou seja, a janela de detecção varia de oito horas a 72 horas, dependendo da droga. Outra vantagem é que o resultado do teste em todos os aparelho sai em cerca de minutos”, explica o diretor financeiro e administrativo da Orbitae, Marcelo Silveira.
Segundo o diretor, o drogômetro vem para dar mais segurança à sociedade, pois muitas vezes o uso de drogas não é detectado pelos bafômetros. “Algumas estatísticas relacionadas aos bafômetros mostram que nos últimos dez anos houve uma redução de 14% nas mortes no trânsito. O drogômetro vem para se somar a essa estatística na parte das drogas ilícitas, uma vez que ele detecta se o condutor estava sob efeito de maconha, cocaína ou de anfetaminas, popularmente conhecidas como ‘rebite’”, acredita Silveira.
Legislação
De acordo com o artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência” configura uma infração gravíssima.
Gravíssima
O artigo 165-A do CTB estabelece que a recusa a ser submetido a teste que permita certificar a presença de álcool ou outra substância também é uma infração gravíssima.
Com O Tempo