O desmatamento na Amazônia em setembro caiu 22% em relação a agosto, de acordo com os números do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) divulgados hoje (29) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em setembro, os alertas registraram 587 quilômetros quadrados de novas áreas desmatadas, contra os 756 quilômetros quadrados identificados no mês anterior.
Em comparação com o mesmo período de 2007, quando o Inpe registrou 603 quilômetros quadrados de novos desmates, a queda foi de 2,7%. Se comparado à média dos últimos 12 meses, 722 quilômetros quadrados, o índice caiu 18%.
No entanto, de acordo com o Inpe, a cobertura de nuvens sobre a região pode ter encoberto a visualização de mais desmatamentos. Por causa das nuvens, em setembro, os satélites deixaram de verificar 33% da Amazônia Legal. “Estados como o Amapá, Pará e parte do Amazonas, por exemplo, não puderam ser monitorados adequadamente, pois apresentaram um alto índice de cobertura de nuvens no período”, indica o Inpe.
Mato Grosso, Pará e Rondônia mantiveram a liderança entre os estados que mais desmataram. Depois de três meses consecutivos na dianteira da lista, o Pará desmatou menos que Mato Grosso. O estado, governado por Blairo Maggi, foi responsável por 216,3 quilômetros quadrados de desmatamento. O Pará aparece em seguida, com 126,8 quilômetros quadrados e, em terceiro, Rondônia, com 91,5 quilômetros quadrados.
O cálculo do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva.
A taxa anual de desmatamento, definida pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes) deve ser divulgada até o fim do semestre. O número é calculado com base no acumulado de novos desmatamentos entre agosto de 2007 e julho de 2008. Pelos dados do Deter, o desmate no período chegou a 8,1 mil quilômetros quadrados, aumento de 64% em relação ao ano anterior.