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Carnaval é data favorita para trair, dizem 73% de infiéis

“Iêê.... Infiel...”, já canta Marília Mendonça ou ainda na voz de Dilsinho “Se existe sentimento, não é adultério... Você sempre soube que eu já tinha alguém...” ou ainda no famoso R$50 reais de Naiara Azevedo, quem nunca cantou com aquele sentimento a infidelidade.

Foto:Re/IlustrativaFoto:Re/Ilustrativa

Desde a dúvida literária sobre a infidelidade - ou será fidelidade – de Capitu, a temática é dor para uns, prazer para outros, não importa, o assunto sempre será daqueles que rende conversas e opiniões.

E não há nada combina melhor com traição do que Carnaval. A data que foi cristianizada pela Igreja Católica tem sua origem em uma festa em homenagem a Baco ou Dionísio e celebrava a libertação do prazer, onde tudo era permitido ou nada era proibido.

A festa e traição têm tudo a ver, pelo menos é o que aponta uma recém-divulgada pesquisa da plataforma de relações extraconjugais Ashley Madison, utilizada por comprometidos em busca de parceiros sexuais fora do relacionamento estável. Ela ouviu 1.300 de seus usuários do Brasil e 73% afirmaram que o Carnaval é seu feriado favorito para ter casos extraconjugais, seja a partir do app ou nas ruas.

O dado confirma a pesquisa do Second Love, outro “Tinder da traição”. Ela consultou 2.400 pessoas sobre os motivos que as levam a trair na data – parte delas explica que são movidas pela necessidade de correr riscos e aumentar a adrenalina nesse período.

 Foi assim no primeiro casamento do serralheiro Rogério, 40, quando ele passou a festa em Ouro Branco e deixou a esposa em casa, em Belo Horizonte. “Eu viajei a trabalho e saía à noite. Traí nos quatro dias. Carnaval em uma cidade lotada, gente de toda parte do Brasil… É um prato cheio. Se você gosta da pessoa, o legal é não trair, mas é convidativo, já que é uma época em que todos estão expostos. A menina vê o cara sem camisa ou outra menina de quem gosta, a mesma coisa com os homens… Os hormônios são traiçoeiros”. Ele nunca falou do episódio à esposa, e eles se separaram dois anos depois. “Mas não senti culpa. Depois da ressaca, passou tudo”. 

O caso da professora Regina, 44, é similar: há três anos, em um bloco de Carnaval em Juiz de Fora, sem o parceiro, aproveitou para beijar desconhecidos. “Estava rolando uma conversa e, de repente, ela partiu para o beijo. É gostoso e só isso. A oferta de pessoas é grande, não só no Carnaval, e, às vezes, falta carinho no relacionamento e você acaba se entregando a outra pessoa. Mas, no meu Carnaval, foi uma coisa insignificante”. Neste ano, ela está decidindo se vai para Juiz de Fora novamente ou se ruma ao Espírito Santo. Onde quer que seja, acha provável repetir os beijos em blocos, que o namorado atual não frequenta.

Na rua

A psiquiatra especialista em sexualidade, Carmita Abdo, resume o que há de tentador nessa época: "Pela própria festa, as pessoas se sentem mais livres. Além disso, a ingestão de álcool é maior e encoraja atitudes que não aconteceriam normalmente. A isso, somam-se a proximidade física em blocos e a própria forma como as pessoas se sentem próximas, todas cantando a mesma música e tendo contato durante horas". 

A pesquisa da Second Love lista mais pontos: mais de três, a cada cinco mulheres entrevistadas, querem se sentir desejadas novamente, pois vivem um relacionamento já sem sexo, enquanto quatro, de cinco homens, justificam desejar mais frequência e variedade sexuais. Isso não significa romper a relação, tanto é que a maioria dos entrevistados diz que não planeja terminar o relacionamento para curtir o Carnaval, porque amam os parceiros e querem somente diversão nos dias de folia.

O advogado Pedro, 29, se antecipou e interrompeu o namoro às vésperas de quatro Carnavais, em dois deles para se relacionar com outras pessoas pelas ruas. Se a ex-namorada também flertou, ele prefere não saber.

Às vezes, é só vontade de variar...

Em um dos hits do Carnaval de 2020, a drag queen Pabllo Vittar canta: "Tem tanto homem bonito na cidade / E eu tô na flor da idade / Melhor se arrepender do que passar vontade". É um pensamento alinhado ao que a escritora e psicanalista especializada em relacionamentos Regina Navarro Lins pensa sobre os casos extraconjugais (que ela prefere nem chamar de "traição", termo que considera pejorativo).

“A imensa maioria das pessoas que têm relações extraconjugais o fazem por uma simples razão: variar é bom. Você pode amar muito uma pessoa, ter muito tesão por ela e, sexualmente, gostar de variar, sentir outro cheiro e outra pele”, diz. A psiquiatra Carmita Abdo completa: “Os motivos variam. Tem pessoas que não conseguem manter atividade sexual monogâmica, algumas não se sentem mais acolhidas no relacionamento, há quem tenha bebido muito e quem traia porque foi traído primeiro”. 

No senso-comum, traições acontecem porque “falta algo” no relacionamento. Abdo ressalta que, muitas vezes, os parceiros nem arriscam perguntar ao outro se estariam dispostos a tentar determinado fetiche, por exemplo. Seja qual for o caso, Navarro não considera que traição tenha a ver com falta de caráter ou safadeza. “Dizem que o combinado entre o casal é o que importa, mas eles não conversam sobre isso”.

Histórias de infidelidade

Pessoas contam por que traíram e o que pensam sobre traições no Carnaval. 

Joice, 26, professora de dança:  

“O Carnaval não deixa as pessoas mais suscetíveis a trair, ele as deixa suscetíveis a beijar na boca e a transar. Você pode canalizar isso para a pessoa que você ama e falar ‘Amor, vem ficar comigo’. Acho que sentir desejo por outras pessoas acontece em qualquer relação, mas, quando acontece traição, é falta de cuidado e de respeito com a pessoa com quem se está. Agora, eu estou namorando, bem ‘namorida’, e o plano era passar o Carnaval todo juntas, mas ela vai trabalhar. No bloco Truck dos Desejos, a gente vai conseguir ir juntas. Lá vai ter um monte de mulheres se beijando, e eu não vou beijar?”

Nathalia, 24, professora:

“Nunca passei por traição no Carnaval, pelo menos eu acho que não. Quem quer trair vai fazer isso independentemente da época. Eu estava em um relacionamento há 9 meses e uma amiga viu meu namorado em um aplicativo de paquera. Depois, os amigos dele entraram em contato comigo e me contaram de outras traições. No final, ele simplesmente abriu o jogo e me contou que tinha me traído com 10 pessoas diferentes nesses nove meses.

Acho que é necessário haver uma conversa prévia sobre como vai ser o relacionamento: aberto, fechado? Se é aberto, é até que ponto? Se é fechado, o que já é considerado traição: um beijo, uma mensagem no Instagram? É necessário conversar, mas confesso que não fiz isso. Uma das piores consequências da traição foi afetar minha autoestima, porque você começa a se sentir como se não valesse a pena. Eu não sou suficiente?”. 

Walter, 50, usuário da plataforma de relacionamentos extraconjugais Ashley Madison:

“Fiz o cadastro no aplicativo e logo apareceu alguém. Fiquei muito feliz com o resultado, não pretendo para de usar e indico para vários amigos, que também gostam muito da ideia. O Carnaval é bom para trair, porque as pessoas ficam muito soltas, as mulheres conseguem escapar dos maridos no Carnaval de rua e ir para um motel rápido com o amante ficar algum tempo. Talvez o marido faça o mesmo, acredito que sim.
 
Eu não acho a traição algo errado. Acredito que, quando o casamento vai mal, é uma saída para as pessoas. Eu não acho errado ter um caso fora do casamento, o difícil é estar casado e se sentir sozinho tanto na parte amorosa quanto na sexual, por isso motivo que resolvi partir para traição sem acabar com o casamento.  Eu nunca cheguei a conversar com minha esposa a respeito de fetiches, não teria chance de dar certo. E não acho que daria certo com a minha esposa abrir o relacionamento, ela nunca aceitaria.”

Ana Luiza, 24, estudante de comunicação:

“O Carnaval é o período em que sou mais santa. É uma época em que eu saía com meu namorado e a gente flertava juntos com outras pessoas. É um momento de festa e as pessoas encarnam personagens, a fantasia mesmo é um personagem, e as pessoas se libertam. Fora do Carnaval, eu traí. Eu amava muito meu namorado, tinha muito tesão por ele, mas também muita vontade de ficar com outras pessoas. Eu quis abrir o relacionamento e ele não topou, continuei com ele, mas, por debaixo dos panos, sempre gostei de ter vários namorados, eram relações de me envolver e de me apaixonar, relacionamentos paralelos.

Frear e desistir das suas vontades é uma traição com você mesmo. Mas trair é sacanagem, porque a pessoa confia em você e você trai a confiança dela. Meus pais terminaram quando eu tinha 5 anos e a vida inteira eu soube que meu pai tinha traído minha mãe e, por isso, eles terminaram. Eu pensava que era sacanagem com ela. Mas fui crescendo e entendendo esses trâmites dos relacionamentos, ficando mais tranquila e não tomando todas as dores da minha mãe”.

Diego, 25, estudante de engenharia civil:

“Quando estava namorando, nunca passei o Carnaval sozinho, foi sempre com o namorado, então nunca traí. Acho que, para relacionamentos que estão mais fracos, o Carnaval é motivo para traição, porque você nunca mais vai ver a pessoa com quem traiu, é só a diversão na hora e pronto. Fora do Carnaval, tive relações extraconjugais nos dois relacionamentos que vivi. No primeiro, a gente estava morando longe e procurei outra pessoa pelo Tinder. No segundo, foi uma coisa aleatória, eu estava no bar, um menino veio conversando e dei um beijo nele.”

*Nomes completos foram omitidos a pedido dos entrevistados

Da Redação com O Tempo



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