O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira, 6, um corte de 0,75 ponto percentual (p.p.) na Selic, taxa básica de juros da economia, que foi de 3,75% a 3% ao ano.
O colegiado indicou ainda que pode haver mais um corte neste ano.
Trata-se do menor nível da taxa básica da economia desde 1999, quando começou o regime de metas para a inflação. Esta é a sétima redução consecutiva no atual ciclo de baixa iniciado em julho do ano passado.
A decisão foi unânime e surpreendeu grande parte do mercado, que esperava um corte menor, de 0,5 p.p, dada a trajetória recente do câmbio e da fuga de dólares do país em função do estresse gerado pela pandemia do coronavírus.
No comunicado, o comitê afirmou que, “neste momento, a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado”, mas reforçou que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional, como a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade.
Disse ainda que foi preponderante a avaliação de que, “para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos.”.
No comunicado anterior, o comitê já havia colocado a questão fiscal como possível impeditivo para uma maior flexibilização monetária, mas”parece que pesou mais o choque de demanda no curto prazo”, diz Mauricio Oreng, do Santander. Para o economista, o plano de voo indicado pelo BC é de um corte de mais 0,75 p.p. neste ano, a depender da evolução do cenário fiscal.
Da Redação com Ex