Foi o pai que descobriu que o filho estava amarrado a uma cadeira dentro da sala de aula, em Vitória. Ele chegou para buscar a criança, que é aluno do primeiro ano na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Eunice Pereira da Silva, no bairro Tabuazeiro, por volta das 16h20.
O estudante foi amarrado durante o horário da aula pelo próprio professor que ministrava a aula, na última sexta-feira (11).
Porém, somente na terça (15) a Polícia Civil tomou conhecimento do caso, assim como o Conselho Tutelar de Vitória, após a Secretaria Municipal de Educação encaminhar um ofício sobre os fatos.
“O pai chegou para pegar essa criança e ela estava amarrada com fita adesiva. De imediato, houve uma reunião com a pedagoga escolar, pois a diretora não se fazia presente. O caso foi levado à Secretaria de Educação, onde os pais e também o professor foram ouvidos”, contou a coordenadora do Conselho Tutelar da Região de Maruípe, Rosenita Pereira.
Ela contou que o professor confirmou que tomou a atitude extrema de forma impensada.
“O professor relatou que perdeu a paciência, pois o aluno circulava muito dentro da sala de aula, estava extremamente agitado e atrapalhando as demais crianças”, contou a conselheira.
O profissional trabalha há 14 anos na rede pública de ensino municipal e não possui registros de episódios semelhantes a esse. A reportagem não conseguiu falar com o educador.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação garantiu que uma equipe técnica esteve no colégio para apurar a denúncia e que “um processo administrativo disciplinar está sendo aberto para investigar o fato”.
A secretaria ainda afirmou que “se solidariza com o estudante e a família” e que “repudia qualquer forma de violência”. O professor foi afastado das funções.
“Por ora, fizemos um encaminhamento para que a criança passasse por uma consulta psiquiátrica para que possa ser avaliado se ela possui algum grau de hiperatividade não diagnosticada. De fato, além de uma violência institucional contra essa criança, ainda houve uma violência pessoal gravíssima”, completou Rosenita.
A prefeitura também enviou um ofício à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para a investigação. O ofício chegou, mas o caso ainda está no início das apurações na esfera criminal, segundo informou o delegado Diego Aleluia.
Com G1