O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a lei que autoriza a produção, venda e consumo de remédios para emagrecer. O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (14) com placar de 7 votos a 3 para invalidar a norma.
Os ministros analisaram uma lei de 2017 que libera quatro medicamentos com prescrição médica: sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol.
A lei foi questionada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS). Segundo a entidade, as substâncias causam efeitos colaterais e colocam em risco a saúde da população. Por isso, pediu a derrubada da norma.
A lei não prevê que os remédios tenham registro na Anvisa, o que levantou debates entre os julgadores. Para a maioria da Corte, o Congresso não poderia ter editado uma lei para autorizar a venda de medicamentos sem seguir padrões de controle previstos em lei e definidos por resoluções de agência reguladora.
O entendimento foi defendido pelo ministro Luiz Edson Fachin. De acordo com o julgador, o Congresso se contrapôs à “expertise da Anvisa”, que já havia barrado os medicamentos e que é a agência com poder para controlar e fiscalizar esses produtos.
A corrente da maioria foi formada pelos ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Gilmar Mendes e Luiz Fux.
O julgamento começou ontem com apresentação dos votos do grupo a favor de manter a validade da lei. O relator, ministro Nunes Marques, afirmou que o Congresso tem poder para liberar o uso de algumas substâncias mesmo sem aval de agência reguladora.
Para ele, a Anvisa não tem atribuição absoluta para suprimir medicamentos como aconteceu em 2011, quando a agência emitiu parecer contra os anorexígenos que seriam os mais baratos do mercado.
Na edição dessa lei especificamente, o ministro afirmou que o Congresso levou em conta a opinião de entidades médicas promovendo audiências públicas com especialistas na área durante a tramitação do projeto. Também votaram dessa forma os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso.
Com O Tempo