A moda é uma manifestação sociocultural que possui o reflexo dos hábitos e costumes de uma sociedade, através dela se torna possível estudar e identificar um determinado período histórico. Desde a pré-história que a indumentaria vem sendo utilizada, porém o conceito de moda só foi estabelecido durante o início do Renascimento europeu, quando a nobreza buscou se distinguir de outras classes sociais por meio de novos vestuários em voga. Dessa época até os dias atuais, a moda foi acompanhando o desenvolvimento da humanidade.
Do Renascimento até o Século XX
Durante o renascimento, a moda evoluiu graças as expedições europeias ao Oriente, que além de fornecer novos tecidos como a seda também trouxe o conhecimento de novos modos de tingimento. Além disso, foi nessa época que foram concebidos os primeiros corpetes, que seguiram no guarda-roupa feminino até a Primeira Guerra Mundial. As mulheres nobres renascentistas trajavam vestidos luxuosos que acentuavam os quadris e possuíam mangas bufantes, ostentavam suas joias suntuosas e estavam sempre com seus leques em mão.
Com a surgimento do Barroco, movimento artístico e cultural, no século XVII, os punhos e golas, que passaram a ser caídas, eram enfeitados com rendas, enquanto a compressão do espartilho contrastava com as grandes saias com anáguas. Como uma forma de oposição ao Barroco, no século XVIII apareceu o Rococó, que é muito associado a rainha Maria Antonieta. A vestimenta feminina continuou volumosa e exagerada, mas dessa vez com tecidos mais leves de tons pasteis e enfeitada com fitas e flores, que fazia alusão a valorização da natureza que ocorreu nesse período. O declínio da silhueta com a saia de armação veio na época da moda império, característica da Era Napoleônica. As mulheres do início do século XIX passaram a usar vestidos que remetiam a antiguidade clássica, feitos de cores claras e com mangas curtas, eles eram soltos e leves, mas com a cintura marcada abaixo do busto.
A Era Vitoriana, que começou em 1837 e durou até o final do século XIX, trouxe de volta o volume nas saias, o excesso de babados e rendas e a gola alta. Foi nesse período também que, devido ao desenvolvimento tecnológico ocasionado pela Revolução Industrial, as roupas passaram a ser produzidas em massa, o que finalmente tornou a moda acessível para todos. No ano de 1880, surgiram as primeiras blusas e saias como peças separadas. Em 1892, foi lançada nos EUA, a revista VOGUE, que até hoje é considera uma referência para o mundo da moda.
De 1900 até a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945)
O Belle Époque, período marcado pela paz na Europa e iniciado no século XIX, terminou com a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), gerando uma grande transformação no vestuário feminino. As mulheres tiveram que substituir os homens no mercado de trabalho, tornando-se necessário o uso de roupas mais confortáveis para o dia a dia. O espartilho foi deixado de lado e as saias e vestidos foram sendo encurtados gradativamente para facilitar a mobilidade. O estilo militar entrou na moda em 1915, definido por peças que remetiam aos uniformes com bolsos funcionais usados pelos homens na guerra.
Com o fim do conflito, as mulheres não aceitaram perder a independência que tinham conquistado e passaram a resistir a volta das antigas regras. Na década de 1920, vivendo tempos prósperos e com mais liberdade, a nova moda adotada pelas mulheres era se vestir a la garçonne, que proporcionava uma silhueta mais reta, inspirada no guarda-roupa masculino, e saias ainda mais curtas. Em ascensão nesse período, a estilista Coco Chanel, foi uma precursora da moda andrógena.
Nos anos de 1930, a cintura voltou a ser marcada e saias, que variavam de comprimento de acordo com o horário do dia, ficaram mais rodadas. No decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), os EUA, isolados de Paris, centro da moda desde os tempos da corte de Luís XIV, desenvolveram o “American Look”, que refletia um estilo de vida mais casual e prático.
Do Pós-guerra até 2010
Assim como o restante do mundo demorou um certo tempo para se reestabelecer após a guerra, a indústria da moda também passou por momentos difíceis de escassez de matéria-prima e mão de obra. Em 1947, Christian Dior buscou dar um ar mais feminino as roupas das mulheres com o New Look, marcado pelo contraste entre a cintura demarcada e as saias rodadas. Na década de 1950, se popularizou o estilo Pin-up, que combinava inocência com sensualidade. Foi nessa época, também, que as mulheres passaram a se inspirar mais em ícones fashion como Marilyn Morone, Brigitte Bardot e Audrey Hepburn. Os anos de 1960 ficaram marcados pelo advento da moda jovem, Mary Quant foi responsável pela invenção da minissaia, enquanto as mulheres quebravam paradigmas e passavam a usar calças. No final dessa década, surgiu o movimento hippie que trouxe um estilo simples e colorido composto por camisas longas, saias compridas e calças boca de sino. Foi nos anos de 1970, que o Jeans ganhou a notoriedade que tem até hoje e se transformou em uma peça essencial no guarda-roupa feminino. O vestuário se manteve colorido durante a década de 1980, as mulheres usavam roupas cheias de estampas e as ombreiras caíram em gosto popular, além disso a moda fitness ficou popular com o uso de collants, leggings e polainas. Como contraste, a moda dos anos 1990 foi mais minimalista e o movimento grunge trouxe calças jeans rasgadas, camisas amarradas na cintura, jardineiras e coturnos. Seguindo essa mesma linha, o estilo emo dos anos 2000 contava com camisetas de banda, calças skinny e padronagens xadrez e quadriculadas.
A Moda Atual
Hoje em dia a moda está mais tolerante, há espaço para todos os gostos e estilos. As mulheres se dividem em diversos papeis no seu dia a dia e tem a liberdade para serem o que quiseram, seja profissional de sucesso, mãe, esposa ou tudo ao mesmo tempo. Dessa forma, essa polivalência se reflete em seu guarda-roupa, que conta com vestidos, calças, macacões, casacos e blusas femininas para estarem sempre prontas para qualquer ocasião.
Nos últimos dois anos em especial, com a pandemia da Covid-19, há uma tendência pela procura de roupas mais versáteis e confortáveis, uma vez que esses tempos difíceis trouxeram muitas mudanças e exigiram que algumas mulheres tivessem que se dedicar mais a educação do seus filhos em casa, enquanto também estavam em home-office. A praticidade se tornou imprescindível para a moda feminina, no entanto, isso não significa que a elegância e a sofisticação foram deixadas de lado, percebendo-se que é possível aliar esses dois aspectos.