‘Está havendo negligência’, relatou a mãe de uma menina de 8 anos que teve os cabelos cortados enquanto dormia em um transporte escolar público que leva alunos do 1º ao 5º ano. O caso aconteceu na última quinta-feira (17) em Rio Largo, município a 25 quilômetros de Maceió. Segundo a mãe, o ato foi praticado por duas crianças que estudam na mesma instituição que a filha, na Escola Antônio Lins de Souza.
O comportamento introspectivo da garota acionou um alerta da mãe no mesmo dia. Mas ela só percebeu que tinham cortado a parte de baixo do cabelo da menina no dia seguinte, quando foi penteá-la para passearem. ‘Eu perguntei o que tinha acontecido, ela me disse que estava dormindo e viu duas meninas rindo dela’, conta a mulher. Foi neste momento que a garota se deu conta do que havia sido feito.
Com oito filhos, a mulher e o marido revezam o horário do expediente para cuidar da casa e das crianças. Mesmo com a rotina puxada, ela conta que sempre ficou atenta e afirma ser a primeira vez que um dos filhos é vítima de bullying no ambiente escolar. ‘Isso é um trauma, né?’
Na sexta-feira (18), a filha mais velha procurou a direção do colégio para cobrar explicações sobre o caso. Ela diz que só teve posicionamento da instituição após publicar um vídeo mostrando o cabelo cortado da menina nas redes sociais. ‘Foi quando eles deram importância e vieram me procurar.’
Sobre a possibilidade de mudar a filha de turno ou de escola, ela descarta. ‘Eu quero que eles resolvam para que isso não aconteça com meus filhos e nenhuma outra criança’, destaca. A menina ainda não voltou para as aulas. ‘Ela ainda não está se sentindo segura’. Segundo a mãe, a instituição comunicou que vai dar um retorno sobre as decisões tomadas na quinta-feira (24).
‘A gente tem uma questão séria para resolver’, ponderou a mãe. Ela considera que a educação está sendo negligenciada, pois a violência praticada contra a filha foi naturalizada pelas demais crianças e adolescentes que presenciaram a cena. ‘Estamos pecando na questão da orientação’, e acrescenta ‘o transporte público é bom para os pais que trabalham, mas falta segurança’.
Com Itatiaia