O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), deve prestar depoimento nesta quarta-feira (5), à Polícia Federal, para explicar o caso das joias que teriam sido dadas como presente pelo governo da Arábia Saudita.
Além do ex-presidente, também prestará depoimento, no mesmo dia, o seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.
O encontro com a PF ocorre seis dias depois de Bolsonaro desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília após um período de três meses em Orlando, nos Estados Unidos. Ele viajou para o país norte-americano em 30 de dezembro, na véspera do término de seu mandato.
Até o momento, as investigações revelaram que, ao menos três estojos com joias teriam como destinatário o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família. Dois deles foram incorporados ao patrimônio pessoal do candidato derrotado nas urnas em outubro de 2022 – e devolvidos ao patrimônio da União.
Três estojos de joias
O caso das joias por revelado pelo jornal Estado de S. Paulo em fevereiro. Na ocasião, uma reportagem revelou que um estojo com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões – e que seriam destinadas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro – foi apreendido por servidores da Receita Federal. O caso aconteceu em 2021, quando um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no país com o kit escondido em uma mochila.
As joias ficaram retidas na Receita Federal, já que não foram declaradas ou incorporadas ao patrimônio da Presidência da República. No entanto, após a apreensão foram feitas ao menos oito tentativas para que as joias fossem liberadas. A última delas, no dia 28 de dezembro, quando um militar teria sido designado pelo tenente-coronel Mauro Cid para ir até o Aeroporto de Guarulhos para tentar a liberação.
Um segundo estojo com joias, entre elas um relógio, um par de abotoaduras, uma caneta, um anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) teria sido entregue a Bolsonaro em mãos pela comitiva do ministro Bento Albuquerque. Os itens seriam avaliados em cerca de R$ 400 mil e foram devolvidos pelos advogados de Bolsonaro após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
O Tribunal também determinou a devolução de um terceiro estojo de joias, que foram entregues a Bolsonaro em 2019, durante uma visita a Riad, capital da Arábia Saudita e a Doha, no Catar. O presente incluía um relógio Rolex em ouro branco e cravejado de diamantes e seria avaliado em R$ 500 mil.
Com Itatiaia