Policiais militares amarraram com uma corda, pelas mãos e pelos pés, um homem de 32 anos suspeito de ter participado com outras duas pessoas de um “arrastão” para furtar alimentos de um mercado na Vila Mariana, em São Paulo. O caso foi registrado no domingo (4). Parte da situação foi filmada.
De acordo com o boletim de ocorrência, o funcionário do mercado contou que três pessoas entraram no comércio na Zona Sul por volta das 23h30 e levaram produtos. O rapaz indicou as roupas dos suspeitos e para onde eles teriam corrido.
Na Rua Morgado de Mateus, os PMs encontraram o homem de 32 anos com duas caixas de chocolate. De maneira informal, ele teria confessado o furto. O rapaz não teria obedecido a ordem dos policiais para que se sentasse e, segundo o registro, foi “necessário o uso da força para algemá-lo”. De acordo com o registro, um dos homens estava alcoolizado e apresentava confusão mental.
Foi pedido apoio para outra viatura e, ao todo, quatro PMs usaram uma corda para amarrá-lo pelas mãos e pelos pés. Em determinado momento, ainda segundo o BO, ele disse que “se levantaria e correria” e falou, supostamente, que “pegaria a arma dos policiais e daria vários tiros” neles, como ocorreu na Zona Leste. Veja o vídeo:
Suspeito de furto e participação em arrastão foi detido por policiais militares e teve os pés e mãos amarrados, na Vila Mariana, em São Paulo. Imagens compartilhadas pelas redes sociais, na noite dessa terça-feira (6), mostram o homem sendo carregado aos gritos pelos militares. pic.twitter.com/OW4nTf9TcW
— Sete Lagoas.com.br (@SeteLagoas) June 8, 2023
Ele foi levado à UPA Vila Mariana para atendimento, mas a polícia não explicou por que foram todos levados para a unidade. Uma testemunha chegou a questionar o motivo de o suspeito estar amarrado e foi levada à delegacia. Um dos policiais estava com os joelhos ralados.
Outros dois policiais contaram na delegacia que receberam imagens do furto por um grupo e fizeram patrulhamento. Eles identificaram dois suspeitos, de 38 e de 15 anos, que estariam usando roupas parecidas com as que os criminosos estavam vestindo.
Um dos rapazes, segundo os PMs, confessou que pegou dois cafés e os revendeu numa comunidade. O outro estava embriagado. Eles também foram levados à UPA Vila Mariana.
Por meio de nota, a PM lamentou o caso e disse que a conduta dos agentes não é compatível com o treinamento e valores da instituição. Um inquérito para investigar o caso foi aberto.
A Prefeitura de São Paulo disse que solicitou a investigação dos fatos nos termos da legislação em vigor.
A TV Globo pediu posicionamento da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) – organização social que administra a UPA.
Em nota, a SSP afirmou que os procedimentos adotados na abordagem serão analisados, “inclusive as imagens registradas pelas Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) usadas pelos policiais, que já foram inseridas como prova nos autos do Inquérito Policial Militar”.
“A autoridade policial solicitou as imagens gravadas pelo celular da parte e anexará na investigação”.
A reportagem não obteve retorno da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) até esta quarta-feira (7)
‘Botão do pânico’
O funcionário do estabelecimento afirmou à Polícia Civil que acionou o “botão do pânico” na loja quando o suspeito, que depois foi amarrado, entrou no local com outras duas pessoas. Ele já seria conhecido por ações parecidas na região.
A vítima correu para fora do estabelecimento e aguardou até os suspeitos saírem. Na sequência, uma viatura da Polícia Militar passou pela área.
Entre os produtos levados estavam uma caixa de chocolate, cerveja, bebidas alcoólicas variadas, energéticos e macarrão.
O homem que aparece amarrado foi detido por furto, crime de resistência, ameaça e corrupção de menores. O outro maior de idade foi autuado por furto e corrupção de menores.
O adolescente foi apreendido por furto e resistência. Foi verificado que ele tinha passagem por furto e em “situação de completa vulnerabilidade social”, conforme o boletim de ocorrência.
Da Redação com G1