A Polícia Civil de Goiás (PCGO) está atualmente conduzindo uma investigação aprofundada em torno da trágica morte de Vitória Cristina Queiroz dos Santos, uma jovem de 21 anos. O falecimento ocorreu devido a uma aparente superdosagem de medicamentos, levantando sérias questões sobre os procedimentos médicos e a administração dos remédios. O incidente aconteceu na cidade de Silvânia, localizada a cerca de 85 km da capital do estado, Goiânia.
De acordo com as informações fornecidas pelas autoridades, a polícia está explorando a possibilidade de falsificação de documentos no caso. Evidências sugerem que documentos médicos podem ter sido manipulados para ocultar informações cruciais sobre a dosagem dos medicamentos ministrados à vítima, bem como os procedimentos realizados.
Em um desenvolvimento recente, na quarta-feira (9/8), três autoridades de saúde foram afastadas de seus cargos na cidade. Laydiane Gonçalves, secretária de Saúde local, o médico diretor clínico do Hospital Municipal de Silvânia e a coordenadora de enfermagem da unidade de saúde foram retirados de suas funções enquanto as investigações prosseguem.
O caso
Segundo familiares da jovem, ela procurou inicialmente o hospital devido a uma crise de ansiedade. No entanto, o tratamento que recebeu resultou em uma série de consequências fatais, culminando em sua morte alguns dias após a internação.
A investigação, liderada pelo delegado Leonardo Sanches, trouxe à tona informações preocupantes. Vídeos revelam a secretária de Saúde revirando pastas contendo receitas médicas logo após a morte de Vitória. Essa ação levanta suspeitas de tentativa de destruição de provas e intimidação de testemunhas que prestariam depoimento à polícia.
O delegado Sanches descreveu a tentativa de manipulação da situação por parte das autoridades de saúde. A secretária teria sido acusada de pressionar os funcionários, o médico teria preenchido um prontuário falso relatando tratamentos fictícios, e a coordenadora teria produzido documentos que omitiam informações cruciais, incluindo a quantidade exata de medicamentos administrados e os procedimentos realizados pelas enfermeiras.
A família de Vitória argumenta que os medicamentos prescritos a ela tinham a finalidade de intubação, não de controle da ansiedade. O advogado Jales Gregório destacou a discrepância na dosagem administrada: enquanto a quantidade usual para intubação seria entre 1 e 1,2 microgramas, Vitória teria recebido o equivalente a 2 mil microgramas, resultantes da aplicação de 4 ampolas de 10 miligramas cada.
Após a superdosagem, Vitória foi transferida para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, posteriormente, para o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap). Foi nesse ponto que os médicos confirmaram sua morte cerebral. Segundo informações fornecidas pelo advogado Jales, a causa preliminar do óbito foi atribuída a uma parada cardiorrespiratória.
O advogado também destacou que os medicamentos utilizados na jovem têm o efeito de comprometer o sistema respiratório, o que pode ter contribuído significativamente para a sua morte prematura.
Da redação
*Com informações do G1