O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, que agora está em 12,75% ao ano. Essa decisão era amplamente esperada pelo mercado financeiro.
O Copom justificou sua decisão afirmando que essa redução é consistente com a estratégia de fazer a inflação convergir para a meta estabelecida para 2024 e 2025. Além disso, o órgão indicou que pretende continuar reduzindo a taxa nos próximos encontros, mas não deu detalhes sobre os cortes que podem ocorrer no início do próximo ano. A magnitude total do ciclo de flexibilização dependerá de diversos fatores, incluindo a evolução da inflação, expectativas de inflação, capacidade ociosa da economia e riscos para a inflação futura.
É importante notar que, de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom havia aumentado a Selic em 12 ocasiões consecutivas em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. No entanto, nos últimos sete meses, a taxa permaneceu estável em 13,75% ao ano. Antes desse ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano para estimular a economia em meio à pandemia de COVID-19.
A taxa Selic desempenha um papel fundamental no controle da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, a inflação estava em 0,23%, acumulando 3,23% nos últimos 12 meses. Embora tenha havido quedas na inflação no primeiro semestre, ela voltou a subir na segunda metade do ano, mas isso era esperado pelos economistas.
Para 2023, a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso significa que o IPCA não pode ultrapassar 4,75% nem cair abaixo de 1,75% neste ano.
A redução da taxa Selic tem o potencial de estimular a economia, tornando o crédito mais acessível e incentivando a produção e o consumo. No entanto, taxas de juros mais baixas podem dificultar o controle da inflação. O Banco Central havia projetado um crescimento de 2% para a economia em 2023, mas o mercado prevê um crescimento maior, especialmente após o PIB ter crescido 0,9% no segundo trimestre.
A taxa Selic também é importante nas negociações de títulos públicos e serve como referência para outras taxas de juros na economia. A sua redução visa estimular o crescimento econômico, enquanto o aumento visa controlar a inflação. O Banco Central toma essas decisões com base em uma análise cuidadosa da situação econômica e das projeções futuras de inflação.
Da Redação com EBC