O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou nesta quarta-feira (18) que o Pix terá a capacidade de assumir funções atualmente desempenhadas pelo cartão de crédito. Durante um evento de premiação da Band, Campos Neto mencionou as próximas atualizações previstas para o Pix, enfatizando a expansão das opções de pagamento programável. Ele explicou: “Temos novas adições ao Pix. Estamos olhando para a parte internacional e para os pagamentos programáveis. O Pix está adquirindo a capacidade de permitir que você faça um fluxo de pagamentos ao longo do tempo, uma função tradicionalmente associada ao cartão de crédito.”
Essa declaração de Campos Neto ocorre em um momento em que o Banco Central está em discussões para restringir as altas taxas de juros no uso do rotativo do cartão de crédito, que atualmente chegam a 445,7% ao ano.
Atualmente, o Pix já oferece a opção de agendamento de pagamentos com base no dia escolhido pelo pagador. No entanto, ainda não é possível agendar pagamentos para horários específicos; eles são processados no início do dia selecionado.
O Banco Central planeja adicionar a funcionalidade de débito automático ao Pix em 2024, semelhante à capacidade que os bancos oferecem para pagamentos programáveis de contas recorrentes.
Campos Neto enfatizou que o Pix faz parte de um plano mais amplo que inclui competição, digitalização e maior tokenização no setor financeiro. Ele também mencionou o Open Finance, que permite a portabilidade de produtos financeiros em tempo real, e o Drex, a moeda digital emitida pelo Banco Central, como os próximos passos da agenda da instituição.
O presidente do BC acredita que a moeda digital desempenhará um papel fundamental na negociação e removerá os custos transacionais de contratos e registros, eventualmente interagindo de maneira eficaz com o Pix.
Campos Neto observou que, em quase três anos de existência, o Pix atingiu um recorde de aproximadamente 170 milhões de transações em um único dia. Ele espera que, no futuro, o volume de transações no Pix se assemelhe à população brasileira, que é de cerca de 200 milhões de pessoas.
Além disso, ele destacou que o Pix contribuiu para a bancarização no Brasil, com a abertura de aproximadamente 6 milhões de contas, desmistificando o temor inicial de que o serviço pudesse prejudicar os bancos. Campos Neto ressaltou que o Pix também aumentou a competitividade no setor financeiro, pois fornece uma plataforma homogênea para todos os participantes, reduzindo as barreiras de entrada.
Da Redação com Folhapress