Em mais um trágico episódio de violência em escolas estaduais de São Paulo, um estudante de 16 anos matou uma aluna de 17 com um tiro na nuca e feriu outras duas dentro da Escola Estadual Sapopemba, localizada na zona leste da capital paulista.
Giovanna tinha 17 anos, estava no terceiro ano do ensino médio, tinha o sonho de ser advogada e morava no Jardim Sapopemba. Segundo relatos de amigos e familiares ela tinha começado a trabalhar há um mês e estava feliz com o novo emprego. A vítima chegou a ser levada ao pronto-socorro do Hospital Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos.
Nas redes sociais amigos e parentes prestaram homenagens, em seu perfil, Giovanna demonstrava sua paixão por vôlei.
O atirador, um estudante de 16 anos do 1º ano do Ensino Médio, foi contido pela coordenadora pedagógica da escola e apreendido pela polícia minutos após o crime. Segundo alunos e o advogado dele, o adolescente sofria assédio por ser homossexual.
As outras duas alunas atingidas pelos disparos estão fora de perigo.
Investigação
A polícia acredita que o atirador tenha sido influenciado por integrantes de um grupo na plataforma Discord, que incita a violência. A ação desse grupo está sob investigação conjunta da Polícia Civil e do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça.
Detalhes do Ataque
As câmeras de segurança da escola registraram o momento em que o adolescente armado com um revólver calibre 38 chegou à escola por volta das 7h30. Ele invadiu uma sala de aula, ameaçou os estudantes e efetuou disparos. Um desses tiros atingiu Giovanna na nuca enquanto ela se preparava para descer uma escadaria. Outras duas alunas de 15 anos foram baleadas, uma na clavícula e outra no abdômen. Um quarto estudante ficou ferido na mão enquanto quebrava uma janela para escapar do ataque.
Histórico do atirador
O atirador sofria assédio na escola por ser homossexual, de acordo com relatos de alunos e pais. Duas semanas antes do ataque, ele ameaçou realizar tal ato, mas o governo do Estado nega ter recebido denúncias a respeito. Seis meses antes do atentado, a mãe do adolescente registrou um boletim de ocorrência de ameaça e lesão corporal. Além disso, o adolescente relatou ter recebido ameaças online de grupos rivais.
Arma do crime
As investigações apontam que o adolescente pegou a arma e munições na casa do pai, que estava registrada desde 1994 no nome deste. O adolescente teria encontrado a arma e as munições em locais diferentes da casa. Acredita-se que o jovem tenha compartilhado seus planos em um grupo no Discord, onde foi incentivado por outras pessoas.
Posição da Defesa
A defesa do adolescente afirma que ele agiu sozinho, como uma reação à pressão que sofria devido ao assédio escolar. Eles alegam que o Estado foi omisso em não fornecer o apoio necessário para lidar com a situação do bullying.
Repercussão
O ataque gerou grande comoção e diversas autoridades manifestaram suas condolências às vítimas e suas famílias. O governo determinou a suspensão das aulas na escola por 10 dias e prometeu reforçar a segurança nas escolas estaduais, além de aumentar o número de psicólogos disponíveis para os alunos.
O que falta esclarecer
A polícia está investigando se o atirador agiu sozinho, como alega, e se foi influenciado por grupos no Discord. Além disso, a motivação específica para os disparos contra as alunas ainda não está clara, com a defesa do atirador argumentando que as garotas foram atingidas acidentalmente, enquanto as evidências sugerem o contrário.
Da Redação com Metrópoles