O crescente uso de Inteligência Artificial para criar nudes e pornografia falsa está se tornando um problema significativo. Plataformas online estão se transformando em espaços propícios para ações criminosas, uma vez que a falta de regulamentação e punição rigorosa permite que essas práticas se proliferem.
Imagine abrir o WhatsApp e se deparar com uma foto sua circulando sem roupa nas redes sociais. Mesmo que o rosto e o cenário sejam reais, o conteúdo é falso. A manipulação de imagens, alimentada por criminosos dentro e fora do Brasil, torna qualquer pessoa vulnerável a esse tipo de ataque, pois um único perfil da vítima é suficiente para criar uma falsa cena pornográfica. Com a popularização dessa tecnologia, casos de nudez e pornografia falsa estão se infiltrando até mesmo em ambientes escolares, aumentando a ameaça.
Em menos de um minuto, uma foto qualquer pode ser transformada em uma cena pornográfica convincente, graças ao avanço contínuo da tecnologia. Mesmo com smartphones básicos, é possível criar imagens falsas que desafiam a distinção da realidade. No entanto, a regulamentação e o controle dessas ferramentas estão progredindo lentamente, especialmente no Brasil. A impunidade persiste para aqueles que exploram a inteligência artificial para fins maliciosos.
Casos recentes, como o golpe do falso nude em uma escola de Belo Horizonte, demonstram a extensão do problema. A falsificação de imagens íntimas, muitas vezes feitas por inteligência artificial, afeta não apenas pessoas comuns, mas também figuras públicas, como a atriz Isis Valverde. Especialistas, como Fernando Oliveira, alertam sobre a necessidade de responsabilizar os desenvolvedores de aplicativos e estabelecer regras para evitar o mau uso dessa tecnologia.
O advogado Márcio Stival destaca a dificuldade em responsabilizar as plataformas, especialmente aquelas sediadas fora do Brasil. Enquanto aguardamos uma regulamentação específica, especialistas como Fernando enfatizam a importância de conscientizar a população sobre o uso adequado dessas tecnologias. Projetos de lei, como o do deputado Marcelo Álvaro Antônio, buscam tipificar o crime no Brasil, enquanto a Polícia Civil em Minas divulga medidas de segurança.
Além das ramificações legais, a psicóloga Samantha Alves destaca os danos psicológicos causados às vítimas. Mesmo sabendo racionalmente que as imagens são falsas, as consequências emocionais podem ser severas, levando a problemas como depressão e fobias. O pornô fake não é uma novidade, antes mesmos dos casos de pornô fake em escolas brasileiras, a Inteligência Artificial (IA) já vem sendo usada para explorar a imagem de incontáveis mulheres por todo o mundo. Sites especializados na criação de conteúdo adulto, usando o rosto de celebridades, são populares há anos. Em alguns casos, o pornô fake pode ser utilizado até mesmo para extorquir as vítimas.
Além disso, a Inteligência Artificial é usada não apenas na produção de pornografia falsa, mas também para gerar desinformação, fake news e outros golpes. Apesar do mau uso, a IA tem diversas aplicações úteis, como a tradução simultânea de vozes para facilitar a comunicação internacional.
Da redação
Fontes: O Tempo e G1