Nos principais mercados atacadistas do país, a maioria das frutas e hortaliças mais comercializadas registrou aumento nos preços durante o mês de outubro em comparação com o mês anterior, conforme aponta o 11º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 21. Esse aumento é atribuído tanto às condições climáticas quanto ao deslocamento das regiões fornecedoras dos produtos.
A pesquisa da Conab foca nas cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) e nas cinco frutas (laranja, mamão, melancia, maçã e banana) mais representativas na comercialização das principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país, as quais também exercem maior impacto no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Entre as hortaliças, a cebola registrou o maior aumento na média ponderada, com um acréscimo de 40,63%, mantendo-se em alta em todas as Ceasas analisadas pela estatal. A Conab explicou que, no final da safra, a produção do Centro-Oeste e de Minas Gerais apresentou boa qualidade, porém, em quantidades decrescentes, o que elevou os preços. O mesmo cenário foi observado na região Sul, que, embora incipiente para atender à demanda, teve preços em alta devido às chuvas pontuais que dificultaram a colheita.
No caso da alface, a alta de preços na média ponderada foi de 28,32%, atribuída às elevadas temperaturas que aumentaram a demanda por essa hortaliça, influenciando na alta das cotações. As chuvas pontuais também prejudicaram a colheita, reduzindo o envio aos mercados, e a tendência é de novos aumentos nos preços durante novembro.
Por outro lado, os preços do tomate diminuíram em outubro em comparação com setembro. Essa queda pode ser explicada pela maior oferta verificada na maioria das Ceasas, resultante da maturação acelerada do fruto devido às altas temperaturas nas áreas produtoras. Contudo, no início de novembro, os preços ainda não apresentavam um movimento definido, podendo haver falta do produto pronto para colheita em algumas áreas, impactando negativamente na oferta.
A cenoura também apresentou redução, influenciada pelo aumento pulverizado da oferta, aliviando a pressão sobre os preços regionais.
No segmento das frutas, a laranja registrou alta devido ao calor, que impactou a demanda, enquanto a oferta da fruta diminuiu. “Esse comportamento de alta para a fruta é verificado de forma consistente desde agosto uma vez que há um menor direcionamento por parte dos produtores das laranjas pera ao mercado de mesa e seu maior encaminhamento à indústria”, explicou Juliana Torres.
A melancia também teve aumento de preços, resultado da quantidade reduzida do produto, principalmente pelo fim da safra em algumas regiões do norte goiano e meio-oeste do Tocantins, somado à maior demanda em meio à diminuição da oferta, devido ao calor.
Já o mamão teve boa oferta do papaia nos centros atacadistas, mas a baixa oferta da variedade formosa impulsionou o aumento de preço, mesmo com uma demanda razoável durante a maior parte do mês.
No caso da maçã, o fim dos estoques em diversas câmaras frias influenciou o aumento dos preços. Contudo, a concorrência com outras frutas de fim de ano, como pêssego e nectarina, juntamente com a elevação das importações e a demanda não muito forte, reduziram o poder das companhias classificadoras para determinar os preços.
Por fim, o mercado atacadista de banana teve queda nos preços, principalmente devido à combinação de chuvas e calor que acelerou o amadurecimento da variedade prata. No entanto, a variedade nanica teve uma baixa produção, que não afetou os preços, influenciada pela redução na variedade prata.
“É necessário lembrar que, no fim do mês, ocorreram fortes chuvas na região produtora paulista, o que resultou em alagamento de bananais e dificuldades logísticas para transporte das frutas. Aliado a isso, é preciso destacar que, para ambas as variedades da fruta, a entressafra deve começar a partir de fins de novembro e ocorre em diversas regiões”, alerta Torres.
Da Redação com O Tempo