O influenciador fitness Renato Cariani e dois amigos foram indiciados pela Polícia Federal (PF) de São Paulo após uma investigação de dez meses, acusados de tráfico de drogas, associação para tráfico e lavagem de dinheiro. Além de Cariani, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth, sócios na Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., foram responsabilizados pelos crimes.
A PF alega que o grupo utilizou a empresa para emitir notas fiscais falsas de venda de produtos a multinacionais farmacêuticas, desviando insumos para a produção de cocaína e crack destinados a uma facção criminosa, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Renato Cariani, com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, é sócio da Anidrol e, segundo a investigação, teria conhecimento e participação direta no esquema criminoso. A PF aponta provas do envolvimento, incluindo interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Apesar do indiciamento, a investigação não solicitou a prisão dos envolvidos, que permanecem em liberdade. O relatório da PF foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se apresentará denúncia formal contra o grupo. A Justiça Federal, por sua vez, determinará se haverá julgamento e possíveis prisões em caso de condenação.
Fabio Spinola Mota é apontado como o responsável pelo esquema de repasse dos insumos entre a Anidrol e o tráfico, usando um falso e-mail em nome de um suposto funcionário de uma multinacional para dar continuidade ao plano criminoso. A PF afirma que cerca de 12 toneladas de produtos químicos foram desviadas entre 2014 e 2021, contribuindo para a produção de cocaína e crack.
A investigação teve início após a Receita Federal detectar depósitos suspeitos de mais de R$ 200 mil feitos pela AstraZeneca para a Anidrol. No entanto, a multinacional negou a compra de produtos da empresa de Renato Cariani e de sua sócia. A PF busca mais provas contra outros suspeitos e investiga o destino final da droga.
Em resposta, a defesa de Renato Cariani afirmou que o indiciamento ocorreu de forma precipitada, antes de ele ter a oportunidade de prestar esclarecimentos. Já a defesa de Roseli Dorth, sócia de Cariani, classificou as conclusões da PF como gravemente equivocadas. A PF, por sua vez, aguarda a Justiça decidir sobre o prosseguimento do caso.
Da redação
Fonte: G1