O agravamento da crise econômica não impediu que o governo federal registrasse arrecadação recorde em outubro. Segundo números divulgados hoje (19) pela Receita Federal, a arrecadação no mês passado somou R$ 65,493 bilhões, melhor resultado para o mês, com alta de 17,13% em relação a setembro, descontada a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na comparação com outubro do ano passado, quando ainda vigorava a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a arrecadação foi 12,3% maior, levando em consideração o IPCA. No acumulado do ano, a arrecadação atingiu R$ 576,596 bilhões, crescimento real de 10,3% em relação aos dez primeiros meses de 2007.
Com o resultado de outubro, o crescimento da arrecadação federal voltou a acelerar após dois meses de queda. De janeiro a setembro, a alta acumulada nas receitas do governo era de 10,03%, incluindo tanto os recursos administrados pela Receita Federal como as receitas de outros tributos recolhidos pela União.
De acordo com a Receita, a alta em outubro, na comparação com o mês anterior, deve-se ao pagamento da cota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o trimestre encerrado em setembro. A intensificação da crise também contribuiu para o aumento da receita de alguns tributos.
Por causa dos investidores que passaram a resgatar aplicações em renda fixa após o agravamento da crise internacional, a receita do Imposto de Renda sobre Rendimentos de Capital aumentou 61,75% de setembro para outubro. Além disso, a alta do dólar também contribuiu para o crescimento da arrecadação em outubro, porque a variação do câmbio aumentou as receitas em reais do IRPJ e da CSLL do setor de petróleo.
A subida da moeda-norte americana fez ainda a alta do Imposto sobre Produtos Industriais vinculado à importação aumentar 10,93% de setembro a outubro.