Não a nada demais em enviar uma mensagem a alguém ou retornar uma ligação. O problema é quando isso acontece no trânsito, e o que é pior, em cima de uma moto em movimento ou enquanto aguarda o semáforo abrir. A certeza da falta de fiscalização e de agentes que possam coibir esse tipo de infração a torna cada vez mais banal no trânsito de Sete Lagoas. 

Não é preciso procurar muito para encontrar um motociclista falando ao celular enquanto pilota na cidade. Com os motoristas cada dia mais apressados e os motociclistas cada vez mais desatentos o resultado não poderia ser outro senão acidentes de trânsito. Relatórios da secretaria municipal de Saúde comprovam uma realidade assustadora que tende a piorar com o número crescente de motos nas ruas.
 
Flagrantes como este são fáceis de se encontrar pela cidade / Foto: Marcelo Paiva

Por ano o Hospital Municipal atende mais de 2380 pessoas acidentadas com moto em Sete Lagoas. A média é de sete acidentados com moto por dia na cidade. Com a falha na fiscalização se os próprios motociclistas não se conscientizarem esse número só tende a aumentar.

Mas dois flagrantes comprovam que essa mudança de postura vai demorar na cidade. Enquanto esperávamos o semáforo vermelho na Praça da Estação um motociclista para ao lado do carro da reportagem já com o celular na mão esquerda. Enquanto aguarda ele parece enviar uma mensagem. Quando o semáforo abre, ainda com o celular na mão esquerda, ele arranca a moto.

Em outro ponto, agora na rua Policena Mascarenhas, mais uma vez aguardando o semáforo. Um motociclista para ao lado da reportagem falando ao celular com equipamento dentro do capacete, como se fosse um suporte. Quando os carros arrancam o motociclista segue viagem continuando seu bate papo como se nada tivesse acontecendo.    

A infração para quem dirige e fala ao celular ao mesmo tampo, vale também para os motociclistas, é média, o infrator perde quatro pontos na carteira de habilitação e paga uma multa de R$ 85,12. Valor irrisório relacionado ao dano que esse hábito pode causar. 

Na próxima matéria da série sobre o trânsito de Sete Lagoas vamos mostrar a dificuldade de pedestres em fazer a travessia em uma das avenidas mais movimentadas da cidade.

Por Marcelo Paiva