Um fenômeno que anualmente atinge a Lagoa do Matadouro continua gerando insatisfação nos moradores do bairro Vapabuçu. Em épocas de estiagem é comum no local o surgimento de uma “fumaça” que os especialistas denominam “fogo-fátuo”, um fenômeno natural originado da inflamação espontânea de gás metano.
A queima acontece próximo a Lagoa do Matadouro pela grande quantidade de matéria orgânica no local onde é comum se observar animais pastando. “É um fenômeno não raro em cemitérios e pântanos. Nesse processo, as bactérias que metabolizam a matéria orgânica produzem gases que entram em combustão espontânea em contato com o ar”, explica a bióloga da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, SEMMA, Salma Tavares.
Ainda segundo a bióloga o fenômeno sofre influência de algumas atitudes de pessoas que utilizam o local como pasto ou realizam queimadas no terreno da lagoa. “Infelizmente moradores do local colaboram com a situação. As queimadas provocadas para eliminar a vegetação para a utilização como pasto agravam a situação. Além disso, animais como cavalos e gados são frequetemente deixados soltos no local, sendo os mesmos muitas vezes apreendidos.”
“Em toda época de estiagem, a malandragem ateia fogo na vegetação causando uma fumaça tóxica,que esta acabando com a saúde de nós moradores”, observa a moradora Jordania que completa “ nada tem sido feito, aqui a capina só é feita de vez em quando por causa da igreja São Judas Tadeus, pois, se não fosse isso estaríamos no meio da selva cheia de fumaça”.
Outro morador, José Mário, também confirma que “todos os anos no período da estiagem ela (a lagoa) seca e indivíduos de má índole ateiam fogo na vegetação que cresce no interior durante a seca. Estamos sofrendo muito com essa fumaça tóxica, prejudicando a saúde de todos os moradores”, conta.
Segundo Salma Tavares foi cadastrado junto ao SICONV, no dia 14 de março desse ano, 2014, uma proposta de projeto para Ministério do Meio Ambiente através do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima cujo objeto é a Recuperação, proteção e restauração da mata ciliar das nascentes e margens dos córregos e ribeirões da Sub – bacia do Córrego Matadouro, incluindo a Lagoa Matadouro.
“Esse projeto apresenta uma proposta à recuperação, proteção e restauração da mata ciliar das margens do Córrego e Lagoa Matadouro, com enfoque no plantio de espécies nativas do local a ser reabilitado, respeitando a condições encontradas no córrego, tais como umidade, fertilidade do solo e luminosidade”, relata a biológa.
Também já foi protocolado na SUPRAM no último dia 24, documentos necessários para as obras de revitalização da orla da Lagoa Matadouro, que devem ser executadas pela Prefeitura Municipal de Sete Lagoas através da Secretaria de Obras ainda esse ano.
Por Nayara Souza.