Sete Lagoas está há seis meses em estiagem severa, mas está sem chuvas há aproximadamente 94 dias. E o tempo seco além de afetar a saúde da população também propicia a formação de queimadas e incêndios na cidade. O SeteLagoas.com.br conversou com um especialista sobre a situação e prognósticos do clima para os próximos dias.
O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Daniel Pereira Guimarães comenta que a quantidade de chuvas na região do Vale do São Francisco estão abaixo da média há cinco anos – e que a capacidade da represa de Três Marias, na região, está com 16,6% da capacidade de armazenamento. “A forte estiagem está levando a extinção a maior lagoa de nossa região, a Lagoa Grande (ocupando originalmente uma área de 110 hectares) próxima à Iveco e Ambev que deverá estar completamente seca até esse mês de setembro”, completa o professor.
Ainda segundo o pesquisador, mudanças climáticas são normais e podem acontecer. Mas o que tem chamado a atenção neste mês de setembro é a persistência do ar seco e fortes rajadas de vento. “No mês de agosto tivemos 28 dias com a umidade relativa do ar abaixo de 30% e nos 15 primeiros dias de setembro já tivemos 13 nessas condições. Ou seja, estamos vivenciando condições climáticas de deserto”, completa Daniel Guimarães.
Estas condições climáticas têm favorecido o aumento de queimadas em Sete Lagoas no último período, até no perímetro urbano.
As previsões do tempo para as próximas semanas ainda não são boas: não teremos precipitações significativas. No mês de outubro, apesar com a possibilidade de mudança de tempo, poderemos ter chuvas abaixo do esperado na cidade. “Precisamos estar precavidos para as consequências dessa estiagem prolongada. A qualidade do ar está muito ruim e são necessárias ações visando a conscientização da população sobre os males das queimadas para o meio ambiente e para a saúde humana, especialmente os bebês, idosos e pessoas com doenças respiratórias”, complementa o pesquisador da Embrapa.
Filipe Felizardo