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Série artistas sete-lagoanos: Banda Charge lança música “Leaving the past” nessa quinta

A banda sete-lagoana Charge lançou a música “Leaving the past”, nessa quinta-feira (20). Segundo o grupo, a canção tem um ritmo que lembra as baladas dos anos 90 ou do início dos anos 2000.

 Foto: Arquivo pessoal/ Da esquerda para direita Gabriel, Lucas e Fred. Foto: Arquivo pessoal/ Da esquerda para direita Gabriel, Lucas e Fred.

Composta por Gabriel Marinho na guitarra e vocal, Fred Calazans na bateria e Lucas Marinho no baixo, a banda de rock foi formada em 2001 quando Gabriel, Fred e Arthur Aguiar (integrante na época) se uniram para tocar em um festival cultural do colégio em que estudavam. Foram quatro músicas autorais e um cover da canção “Smells like teen Spirit” do Nirvana, mas só cantaram a metade da música, porque a interromperam para fazer um discurso sobre valorização da música autoral.

Naquela ocasião e por mais alguns anos, a banda se apresentou como "band" e com músicas cujos nomes eram track 1, track 2, entre outras canções. O nome Charge surgiu apenas em 2005, pois houve uma necessidade de um nome “sério” para tocar em eventos mais expressivos.

Como a banda trabalha com composições em inglês, os integrantes queriam um nome que fosse facilmente falado tanto em inglês quanto em português, de preferência uma palavra que existisse nas duas línguas, mesmo que tivesse significados diferentes. “Charge é sátira em português, era o que fazíamos quando começamos, uma sátira sobre a música internacional, também é energia (tipo carregador de energia) em inglês, o que combina com toda energia e vibração que colocamos em nossas apresentações”, explica Gabriel.

Confira a música “Leaving the past” aqui.

Cada integrante tem suas próprias influências. “Eu gosto de rock britânico como a banda Oasis, Gabriel já tende mais para o Silverchair e Foo Fighters, Fred é baterista, gostava de Smashing Pumpkins e então não conta (risos). Mas falando sério é o *grunge dos anos 90 e o rock da década seguinte que mais influencia a banda”, explica o baixista Lucas.

Confira a entrevista com a banda:

• Como e quando cada um se tornou músico e se juntou à banda?

Lucas - Todos estão envolvidos com a música desde criança, cada um estudou em um momento, mas todos começaram cedo. Gabriel e Arthur tiveram a ideia do projeto, começaram a compor e resolveram tocar no festival que mencionamos. Como Fred andava muito com Thiago Marinho (quarto elemento que às vezes toca junto da banda) e Arthur Aguiar, quando surgiu a oportunidade de uma apresentação de talentos no colégio, houve a necessidade de um baterista para formar uma banda de fato e o convite ficou óbvio. Depois de um teste de habilidades (mentira), Fred foi aceito para tocar com eles (risos). Eu passei a integrar a banda em 2004, se não me engano, quando Arthur não pôde mais dedicar à Charge em decorrência da faculdade, trabalho e afins.

• Como tem sido esta experiência até o momento? O que ela somou para a vida de vocês?

Fred - Depois que você passa da fase de "tocar um instrumento" vem a fase de "para quê tocar um instrumento". Isso faz muita diferença para continuar na música. Quando fizemos o primeiro ensaio, saímos dele mudados. Parecia que tínhamos descoberto um segredo quântico e a vontade era de sair e contar para todo mundo.

Desde então a Charge é um misto de desafio e realização. A experiência acaba sendo de muito retorno, superação e de aprendizado. Isso é bem positivo. Vemos que as coisas não são exatamente como esperamos, mas também que são possíveis. Passamos por fases de reconhecimento local e até internacional — já fomos destaque em sites internacionais, página principal do Stereofame, top artistas algumas vezes no site Ourstage, top charts local no Reverbnation, fomos convidados para alguns shows nos Estados Unidos e para fazer parte de uma coletânea da Dead Sea Records da Califórnia —, entre 2007 e 2013 e também de esquecimento, até o ano passado.

A Charge nos mostra que sonhos são realizáveis, possíveis de alcançar, que é possível fazer o que gostamos. Montei meu estúdio de música praticamente para gravar as música da Charge. A banda serviu de cobaia por muito tempo nos primórdios do Nordo Studio.

• No que estão focados no momento?

Gabriel - Estamos focados em registrar tudo que já compomos até hoje e em alcançar os festivais internacionais. Por isso, estamos gravando e temos um processo a seguir para chegar lá, o que envolve voltar a uma atividade mais frequente com bom engajamento. Estamos preparando uma agenda e devemos divulgá-la em breve, mas ainda temos que confirmar algumas datas.

• Vocês têm formação acadêmica musical, aula de canto, curso superior?

Fred - Estudamos em escolas particulares de instrução musical. Nossa formação musical veio do suor e dos calos. A beleza do rock está muito mais na atitude do que nos títulos.

Foto: Arquivo pessoal/ Foto: Arquivo pessoal/

• Gabriel, como compositor principal das canções da banda, quando e como você começou a compor?

Gabriel - Por volta dos 14 anos começaram os primeiros rabiscos, nada muito sofisticado (risos), algumas coisas em inglês e outras em português, coisas só para mim. Aos 16, com o início da banda, surgiram coisas mais elaboradas, com o interesse de dividir com os outros.

• Sobre o que se sente inclinado a escrever? Quais temas lhe atraem?

Gabriel - Os temas variam por fases diferentes. A vida é muito interessante e tudo envolvido nela atrai. Como já são muitos anos nesse caminho, houve várias linhas e temas diferentes. Inicialmente eram músicas mais melancólicas, como bastante grunge, depois vieram histórias imaginárias, sentimentos e nuances da vida. Hoje em dia, as letras são mais existencialistas, de questionamento, superação e incentivo. Mas sempre com uma pegada subjetiva.

• Entre as músicas autorais vocês têm uma favorita que teve um significado especial?

Fred - Temos um carinho especial pelas primeiras músicas. Elas foram compostas com a participação de um antigo membro da banda, Arthur Aguiar. Foi com ele que idealizamos e sonhamos a banda. Ele tinha uma dedicação absurda com a Charge, talvez tenha sido o primeiro a realmente levar a banda a sério.

• Sete Lagoas está inserida no trabalho da banda de que maneira?

Fred - Sete Lagoas é uma cidade muito musical, celeiro de muitas bandas boas. Costumamos chamá-la de Seattle brasileira. Apesar disso, sabemos que muitas dessas bandas acabam não ganhando a devida visibilidade e reconhecimento Praticamente todos da banda começaram a tocar por causa de bandas como Íris de Seda, Mamacadela, Osbim e Pop Troti. Nos anos 2000 bandas covers eram raras e o foco era música autoral. E a Charge começou assim, musicas próprias desde o começo.

Quando o cenário independente da cidade estava forte, com festivais de repercussão nacional, muito pelo trabalho do Coletivo Colcheia (grupo de pessoas que promoviam projetos culturais e artísticos em Sete Lagoas) inclusive, a banda foi uma das acolhidas e muito respeitada naquele momento. Tivemos destaque na cena e um ótima repercussão naquela época.

• Vocês já fizeram vários shows. Algum foi particularmente especial?

Fred - Os que fazemos em Sete Lagoas são os melhores. É engraçado, mas o público daqui é muito receptivo.

Gabriel - O primeiro show tem um significado especial por ser um marco e onde tudo começou. Apesar de ter havido uma época dos eventos independentes e alternativos, Sete Lagoas hoje em dia e há muitos anos é uma cidade que valoriza muito o cover. Tocamos cover junto das nossas canções autorais para melhorar a receptividade, mas somos vistos mais como autorais. O público daqui é bem exigente também, mas é legal ver que as pessoas curtem o nosso show e cantam músicas que nunca ouviram. Felizmente sempre fomos muito bem aceitos e acho que nosso ritmo agrada o pessoal da cidade.

• Qual é o objetivo pessoal do trabalho da banda?

Fred - Todos queremos usar da música como um meio de se expressar e existir. Pode parecer esotérico, mas começamos assim e isso nunca mudou. Temos trabalhos paralelos que nos dão satisfação e estabilidade econômica, mas a música alimenta a sua alma, subir num palco e dar tudo de si não tem preço. É uma realização. Quem vai nos shows do Charge sabe do que estamos falando.

Foto: Capa do single “Leaving the past”Foto: Capa do single “Leaving the past”

• Vocês acham que Sete Lagoas possui bons locais expositivos para o rock?

Gabriel - Sete lagoas sempre teve muito potencial musical e acolhe muito bem o rock, da mesma forma que acolhe os outros estilos, independente de passar por fases de maior ou menor expressão. Acredito que estamos numa fase de transição onde os locais que oferecem o rock ao público estão se estruturando e se adaptando para atender cada vez melhor às demandas atuais. Hoje existem além dos pubs, bares e casas de show, festivais, eventos e feiras que trabalham principalmente com o rock. Então, é possível considerar que sim.

• Quais são os seus planos profissionais para este ano de 2019?

Lucas - No final do ano passado começamos a gravar nossos singles que vão compor um disco completo no final deste ano. Fazem parte de um processo gradativo de reaproximação da cena musical. Outro projeto que estamos torcendo para que dê certo é uma turnê em festivais internacionais. Estamos nos inscrevendo em alguns que achamos viáveis e acontecem na temporada 2019/2020.

• Alguma coisa que vocês gostariam de falar para os leitores?

Charge - Apoiem as bandas locais, nem que seja curtindo as redes sociais, postagens ou assistindo ao conteúdo delas, se não for possível comparecer aos shows. Não custa nada, consome segundos e significa muito para as bandas por facilitar muito a vida delas.

Você pode acessar os trabalhos da banda no

" target="_blank">YouTube, Soundcloud e Palcomp3, além de segui-los no Instagram, Twitter e Facebook.

*Grunge: É um subgênero do rock alternativo inspirado pelo hardcore punk, heavy metal e  indie rock.

Rebecca Soares



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