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Covid: Santana do Riacho registra infecções cinco meses após 1º caso em MG

Após quase cinco meses desde a primeira confirmação de Covid-19 em Minas Gerais, a cidade de Santana do Riacho, que abriga a Serra do Cipó, registrou as primeiras vítimas infectadas pelo novo coronavírus. A primeira confirmação foi anunciada pela prefeitura na última terça-feira, dia 28, e, no dia seguinte, quando o segundo caso foi confirmado, parte da população mostrava sinais de apreensão, já que a cidade não tem hospital e sua referência em saúde é Lagoa Santa, a 86 km.

Comércio de Santana do Riacho, na Serra do Cipó, funciona com restrições por causa da pandemia./ Foto: Uarlen ValérioComércio de Santana do Riacho, na Serra do Cipó, funciona com restrições por causa da pandemia./ Foto: Uarlen Valério

Os primeiros pacientes com Covid-19 – entre eles um profissional de saúde – são da região da Serra do Cipó e passam bem. Os nomes não foram revelados, e a identidade da primeira foi mantida em sigilo a pedido da família. Para o prefeito André Torres (PTB), a demora da chegada do vírus se deve às ações implementadas desde março, quando foi determinado o fechamento total das atividades não essenciais. A determinação durou 90 dias e, para Torres, contribuiu para gerar conscientização nos moradores e turistas. “Fechamos na hora certa e começamos a flexibilizar na hora certa”, avalia.

No centro da cidade, moradores que aguardavam em um ponto de ônibus comentavam o primeiro caso e demonstravam medo de uma possível expansão da flexibilização do isolamento. “Acho que não é o momento, aqui não tem estrutura, não tem hospital, não tem leito, melhor não arriscar”, afirmou uma das mulheres que esperavam o transporte e não quis se identificar. Os que também estavam no local concordaram.

Maria Geralda Torres, 45, trabalha em uma loja de roupas na cidade e negou surpresa com a chegada da pandemia à cidade. “Acho que ainda precisamos ter todos os cuidados e esperar um pouco para reabrir”, disse.

O decreto vigente permite o funcionamento de vários setores, entre academias, igrejas, salões de beleza e lojas diversas, e ainda há uma diferenciação para o distrito da Serra do Cipó, onde bares, restaurantes e lanchonetes, além das pousadas, podem funcionar com horário e capacidade restrita. O distrito abriga cem das 120 pousadas de Santana do Riacho.

Para José Eustáquio Miranda, 71, dono de uma das mais tradicionais da Serra do Cipó, a chegada do vírus já era esperada, e os cuidados que todos têm tomado para impedir o contágio pode ser o ponto-chave para que as flexibilizações continuem. “Tivemos um treinamento com uma consultoria, e quem vem se hospedar até mesmo elogia nosso cuidado, acho que mais do que a economia, as pessoas estão cansadas e querendo sair de casa, mas para locais seguros”, considera.

Os pouco mais de 4.000 moradores da cidade contam com dois postos de saúde. As cidades de referência para atendimento médico são Lagoa Santa, a 86 km; Vespasiano; a 98 km; e Belo Horizonte, a 113 km. Pacientes que apresentam sintomas gripais com suspeita de infecção pela Covid-19 são testados com testes rápidos.

Flexibilização

Mesmo com os primeiros casos de Covid-19 em Santana do Riacho, os planos de flexibilização não devem ser alterados, apenas adiados, segundo o prefeito André Torres (PTB). A cidade elaborou um protocolo próprio, em vigência desde 11 de maio, e está na segunda onda desde o dia 10 de junho. A terceira onda, que teria início no último dia 25, foi suspensa, e uma nova avaliação deve ser feita no dia 15 de agosto. “Vamos continuar monitorando, como sempre fizemos”, pondera.

Pousadas, bares e restaurantes do distrito da Serra do Cipó têm autorização para funcionar desde o início de junho, desde que sigam algumas regras impostas pela administração municipal, como horários restritos para bares e restaurantes e, para pousadas, ocupação máxima de 60% dos quartos e intervalo de 72 horas entre a saída de um hóspede e a entrada de outro, além de higienização adequada. “Essa é uma regra bem rígida que adotamos com o propósito de garantir a segurança dos colaboradores”, avalia a secretária de Turismo e Meio Ambiente, Priscila Rios Martins.

A secretária ainda assegura que a prefeitura se encarrega da vistoria dos locais antes da reabertura por meio da vigilância sanitária e também oferta cursos antes de permitir o funcionamento. Entre os temas abordados, ela ressalta manipulação de alimentos e protocolos de atendimento, limpeza e higienização, além de palestras sobre prevenção para comerciantes e trabalhadores do comércio.

Apesar do adiamento da adoção da terceira onda de flexibilização, Torres confirmou que a abertura das atividades econômicas do povoado de Lapinha da Serra, outro ponto turístico da cidade, deve acontecer na próxima segunda-feira (3), com as mesmas regras impostas à Serra do Cipó. O local tem 15 pousadas e cerca de 50 casas de aluguel para turistas.

Os atrativos turísticos do distrito da Serra do Cipó, incluindo cachoeiras, também seriam reabertos na segunda-feira, mas a discussão foi adiada também para o dia 15. Os atrativos de Lapinha da Serra devem ser reabertos apenas em setembro. Já o Parque Nacional da Serra do Cipó continua fechado por determinação federal e, segundo o prefeito, não há previsão de reabertura.

Barreiras sanitárias

O prefeito de Santana do Riacho, André Torres (PTB), também destacou que as barreiras sanitárias nos limites do município devem ser intensificadas a partir da próxima segunda-feira (3). Até esta semana, as vistorias nas entradas da cidade eram feitas apenas aos fins de semana, já que é nesse período que é registrado o maior movimento turístico na região.

Balanço

Apenas 53 dos 853 municípios mineiros permanecem sem casos de Covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado ontem, com a maior concentração de cidades na região Sul do Estado, com 12. Em seguida, vem a região Norte, com 11 cidades; a Zona da Mata, com sete municípios; Jequitinhonha e Central, com sete cada uma; Centro-Oeste e Rio Doce, com três cada; e Alto Paranaíba com apenas um município sem casos confirmados.

Com O Tempo



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