Demissões em massa: Escolas particulares citam dispensas após Justiça suspender aulas presenciais
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As escolas particulares de Minas Gerais receberam com revolta a decisão da Justiça, que aceitou o pedido do Sindicato dos Professores do Estado (Sinpro Minas) e suspendeu o retorno presencial das aulas na rede privada de ensino. Indignado, o setor não descarta demissões em massa.
O retorno das aulas presenciais foi autorizado pelo Governo de Minas. Entre as exigências estão: o município deve estar no programa Minas Consciente e os indicadores da pandemia devem estar no indicador verde. Uma liminar concedida ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) já havia proibido o retorno das aulas na rede pública. Agora, foi vez das particulares serem impedidas.
Presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais, Zuleica Reis diz que a retomada foi anunciada pelo governo com base em critérios. “Não existe a possibilidade de sete meses parado, com determinação do estado quando estiver na onda verde, com autorização do prefeito, dos órgãos públicos, a escola não voltar”, diz.
Na avaliação dela, a situação é ainda mais grave no caso de escolas da rede infantil de ensino. “Elas vão fazer demissão em massa. Elas não conseguem mais manter as aulas remotas. No final do ano, os pais vão deixar de pagar, muitos já cancelaram os contratos e já tiraram os filhos das escolas. Como eles vão manter pagamentos de professores se não tem receitas?”, questiona.
“Também queremos preservar vidas. Esse é nosso foco. Mas que haverá um grande número de professores, principalmente do ensino infantil, sem emprego, isso é com certeza”, completa.
Diretor de escolas particulares e representante do “Escola em Movimento”, Henrique Oliveira diz que vai procurar a esfera federal para conseguir viabilizar o retorno presencial das aulas.
“Vou olhar com o Ministério da Economia e da Educação. Não vai ter mais como segurar professor. Como que vamos dar medida provisória em cima de medida provisória sendo que a gente tem que continuar dando aula? Não tem como a gente manter o professor com suspenção de 30, 60, 90 dias. Tem as aulas remotas. Como faz? Atividades que tem que ser feitas. Não tem mais como segurar”, diz.
“Entrar agora com demissão em massa. Mandar embora. É isso que o Sinpro está querendo, então é isso que vai acontecer”, disparou.
Com Itatiaia