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Temperatura fria aumenta incidência de problemas gerados pela hipertensão

Com o recorde negativo das temperaturas em Sete Lagoas e em boa parte de Minas, um problema "silencioso" pode aparecer para complicar nossa saúde: a hipertensão.

Foto: Toda Saúde / ReproduçãoFoto: Toda Saúde / Reprodução

O clima frio contribui para elevar a pressão arterial e pode, consequentemente, favorecer o aumento da incidência de doenças como acidente vascular encefálico (AVE), conhecido popularmente como derrame cerebral, infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca.

Isto ocorre porque, para manter a temperatura média do corpo em torno de 36 a 36,7°C e órgãos internos a 37°C, o organismo direciona parte do volume sanguíneo dos vasos localizados nas camadas superficiais da pele para as artérias de médio e maior calibre.

“Como passamos a ter maior volume sanguíneo num menor espaço de vasos, a consequência é a elevação da pressão arterial. Assim, o frio intenso pode gerar ou piorar a hipertensão arterial. Esta resposta fisiológica, ao lado da maior ocorrência de infecções das vias aéreas superiores, são os gatilhos para a maior incidência de doenças como o AVE e o infarto, por exemplo”, explica o cardiologista Lázaro Miranda.

De acordo com ele, é preciso ter cuidado para evitar choques térmicos causados pela mudança brusca de temperatura de um ambiente quente para outro frio. “Isso pode causar uma crise hipertensiva por elevação súbita da pressão arterial, além de baixar as defesas do organismo, especialmente em crianças e idosos, que são os mais vulneráveis aos efeitos desta mudança”, detalha o especialista.

Segundo o médico, ao contrário do que acredita a maioria das pessoas, o frio tende a provocar mais elevações na pressão arterial do que o calor. “Definitivamente, é o frio que sobe a pressão arterial, não o calor, como as pessoas acreditam. É no inverno que, em qualquer lugar do mundo com a predominância de temperaturas baixas, temos o dobro de incidência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral”, afirma.

Já em temperaturas muito elevadas, são mais comuns quadros de desidratação, vasodilatação e aceleração dos batimentos cardíacos. Nessas condições, a pressão arterial sofre uma queda inicial e pode subir posteriormente.

Pacientes com problemas cardiovasculares diagnosticados devem ficar atentos neste período de oscilação de temperaturas a sinais e sintomas como dor difusa no lado esquerdo do peito que dure mais de 10 minutos, falta de ar, palpitações e desmaios. Caso isso aconteça, é preciso procurar uma emergência especializada imediatamente.

Também é importante tomar medidas específicas, como vacinar-se contra a gripe e pneumonia; evitar ambientes fechados e com grande quantidade de pessoas, o que facilita a transmissão de vírus; e agasalhar-se antes de sair do calor para o frio, evitando mudanças bruscas de temperatura.

“Além disso, se estiver frio, é bom ingerir líquidos quentes ao longo do dia (chá, café, chocolate quente), evitar exposições prolongadas ao ar-condicionado (frio ou quente) e controlar os chamados alérgenos domésticos, como poeira, cobertores e travesseiros feitos de lã ou que soltem pelos, plumas etc.”, complementa Lázaro Miranda.

Da redação



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