Um grupo de seis moradores de rua usam uma ponte sobre o Córrego do Diogo para se abrigar. Apesar do risco oferecido pelas chuvas, que de tempo em tempo leva todo o material que é acumulado no local, o movimento é constante. A ponte é uma continuação da Rua Coronel Augusto Moura que corta a Avenida Renato Azeredo.
O morador de Rua Francisco de Jesus Gonçalves conta que usa o local apenas durante o dia, mas que faz parte de uma turma “do bem”, que não arruma confusão e que gosta de trabalhar. “Somos um pessoal trabalhador. A gente fica usando a praça do Regina Pacis até o Carnaval, quando voltam as aulas, voltamos para o viaduto. As pessoas passam aqui e até cumprimentam a gente”, explica.
Um comerciante da região conta que nunca teve problemas com roubos, mas que sempre existem incomodos causados pela falta de higiene dos moradores de rua. “Eles sempre urinam e defecam próximo às lojas, infelizmente temos que convier com isso, mas nunca tivemos problema de roubo. Já chegamos a ouvir comentários, mas sem provas. O maior problema é justamente em relação à limpeza”, relata.
Perguntado sobre se aceitaria ser recolhido ou se abrigar em locais oferecidos pela prefeitura, Francisco de Jesus desconversa.
A Prefeitura de Sete Lagoas oferece desde de 2010 o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que atualmente, conta com advogado, assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais.
O serviço pode ser acionado para entrar em contato com os moradores de rua pelo 3774-7585. Quando acionado, o CREAS envia assistente social para abordagem, oferecendo auxílio e acolhida.
por Felipe Castanheira