Logo quando avistaram o carro de som na entrada da Rua Monsenhor Messias, as amigas Cátia Fonseca e Renata Vasconcelos começaram a falar mais alto em função do veículo que anunciava uma festa que será realizada no município.
As amigas contam que sempre é assim, e que devido a altura, definida por Cátia como “insuportável”, diariamente as secretárias que trabalham em um escritório no Centro da cidade, tem que lançar mão de gritarem para serem ouvidas. “Às vezes eu nem ouço o que ela fala. Eu só balanço a cabeça e começo a rir”, relata Cátia.
Quem também desaprova o barulho causado pelos veículos é a dona de casa Andréia Pereira. Ela afirma que apesar de existirem muitos veículos com esse serviço na cidade, a forma como a informação é repassada não é interessante. “Eu não gosto do som alto. Quando vejo um carro deste trato logo de sair correndo em outra direção”, afirma.
O aposentado Joaquim Fonseca é outro que se sente incomodado com os carros de som. No ponto de ônibus para ir embora para o Bairro Montreal, ele custou a escutar as perguntas feitas pela nossa equipe de reportagem. “Está muito difícil de escutar. Espera o carro passar primeiro”, pede.
A causa de tanto incomodo nem poderia circular pelas ruas da cidade, pois segundo a lei 3592 de 2001, os carros devem transitar pela cidade dentro de um limite de som que não prejudique as pessoas.
Segundo Anderson Cesar, assessor técnico da Secretaria de Meio Ambiente, para funcionar as empresas responsáveis pelo serviço devem primeiro credenciar os carros e assim ganharem um selo que é concedido após uma aferição do limite de volume dos alto-falantes.
Para evitar que as empresas abusem do som alto na cidade, Anderson disse que oito fiscais realizam diariamente seus trabalhos na área central da cidade, sendo 4 de manhã e 4 a tarde. Caso seja pego fora das normas de conduta o proprietário pode pagar uma multa de R$300,00.
Pensando nisso um morador da cidade, Adilsom Matos está desenvolvendo por meio das redes sociais uma campanha para evitar que as empresas usem o serviço de forma errada em Sete Lagoas.
Para isso, ele afirma que pretende apresentar depoimentos de pessoas como “autoridades, entidades, médicos e pessoas de destaque em Sete Lagoas que poderão estar ou não envolvidas em todo o processo para darem depoimentos a respeito”. No final será produzida uma cartilha informativa para educação quanto ao serviço, que será distribuída de forma gratuita na cidade.
por Cíntia Rezende