Revolta, medo e insatisfação. Esses são sentimentos de muitos moradores do Bairro Padre Teodoro, quando questionados sobre as condições da Avenida Arcos, uma das principais vias de acesso à região. A moradora, Maria da Conceição Rodrigues, conta que desde dezembro de 2010, período em que ocorreram várias chuvas fortes, uma cratera se abriu na Avenida Arcos, buraco que foi aprofundando e crescendo dia a dia, a olhos nus. “Procuramos por várias vezes a Prefeitura e também o SAAE, já que no buraco também estava vazando o esgoto, mas nada foi feito. Outras crateras foram se formando nos arredores, nas Ruas Capelinha e M. Barbosa. Chegou uma época que ninguém mais podia passar pelo local e um poste de iluminação pública também estava prestes a cair. Um dos nossos vizinhos anda em cadeira de rodas e também sofreu bastante com as limitações, já que a Avenida sequer possui asfalto”, acrescentou.
Há cerca de quatro meses, já no limite da situação, alguns moradores do Bairro resolveram fazer um mutirão para resolver o problema. Foi quando descobriram que um vizinho mais afastado estava em obras e que muita terra estava saindo do terreno dele. “Além da terra, ele nos emprestou o caminhão para carregá-la até o buraco e nós mesmos, com enxadas, fomos acertando o fechamento do local. Depois o trator, que ainda estava sendo usado na obra, finalizou o processo”, contou outra moradora do Padre Teodoro, Maria Helena Silva.
O que a vizinhança teme agora é que, no período de chuvas, o buraco volte a aparecer, engolindo a Avenida Arcos e colocando as pessoas em risco, já que não houve nenhuma estruturação profissional para o fechamento dele. “Já vi carros atolando nesses buracos em tempo de chuva, devido a visibilidade comprometida. Nessas condições, o buraco pode ceder sem que ninguém veja, causando mais transtornos e prejuízos”, afirmou Maria da Conceição.
Outras crateras ainda existem na proximidade da que foi tampada pelos moradores. A “cachoeirinha” que antes era ponto de lazer da região, hoje está tomada por sujeita. “Temo pelo nosso futuro. Já moramos em região periférica e sofremos com o descaso das autoridades. Não é possível que em um bairro mais humilde não se possam ter condições dignas de se viver. Onde estão os governantes, meu Deus?!, desabafou Maria Helena.
O Setelagoas.com.br entrou em contato, nesta terça-feira (27) pela manhã, com a secretaria municipal de Obras que, informada sobre a situação do Bairro, ficou de retornar na parte da tarde para responder à problemática. Até a postagem desta matéria, não houve qualquer contato da secretaria. Veja as fotos do local:
por Roberta Lanza