Uma semana antes de completar 101 anos e às vésperas do dia em que se celebra a sua profissão (11 de dezembro), o arquiteto Oscar Niemeyer hospedou-se em Sete Lagoas, na última segunda-feira, 8, para descansar no meio da viagem de carro a Brasília (ele tem medo de avião), onde seria recebido na quinta-feira pelo presidente Lula.
A comitiva de Niemeyer, formada pela esposa, filho, motorista, enfermeiro e um assessor da Presidência da República, chegou ao Hotel Solar do Engenho às 17 horas do dia 08, quando foi recebida pelos proprietários da propriedade, Rogério de Melo Figueiredo e Juliana França Figueiredo. Se o arquiteto se impressionou com o tamanho da varanda do hotel, que tem cerca de cem metros, os funcionários do espaço ficaram impressionados com a disposição de Niemeyer. Contam que ele fez questão de conversar com os presentes até as 22 horas – sempre bebendo vinho e fumando cigarrilhas. Por precaução, a comitiva do arquiteto solicitou uma cadeira de rodas, que não precisou ser utilizada. A exigência de Niemeyer foi a presença de todos no jantar marcado para as 20 horas.
Na manhã de terça-feira, a comitiva acordou tarde para o café, por volta de 10 horas, e partiu para Brasília, onde Niemeyer deve comemorar seus 101 anos na segunda-feira, dia 15. O trabalho de Niemeyer começou a ser reconhecido a partir de 1940, quando conheceu o então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (JK). Do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, encomendado por JK, ao Auditório Ibirapuera em São Paulo (2002), passando pela sede das Nações Unidades (ONU), em Nova Iorque (EUA), e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996), são inúmeros os trabalhos do arquiteto, dentro e fora do país. Talvez os trabalhos ainda mais famosos sejam os edifícios projetados a partir de 1957 para a inauguração da capital federal, Brasília. Novamente, uma escolha do amigo JK, já Presidente da República.
Da redação