Uma audiência pública realizada na manhã dessa quinta (17), na Câmara Municipal, teve como objetivo discutir os projetos para construção do Parque Estadual da Serra Santa Helena.
Além da criação do parque, a audiência pública também avaliou o impacto da execução de projetos, como o proposto pelos donos da Fazenda Arizona, que pretendem fazer de parte do local uma área de proteção ambiental e um parque de acesso liberado.
O projeto prevê ainda a construção de um shopping no entorno, o Boulevard Mall, além de uma área de caminhada e trilhas de acesso para os visitantes e até uma escola. A audiência, que contou com a participação do deputado estadual Duílio de Castro, o deputado da ALMG André Quintão, além de Célio Moreira e outros três vereadores da cidade, teve também a presença de Silvio França Linhares, diretor presidente da Ong Adesa, representantes do IEF, além de outras entidades.
Na ocasião, Guilherme Rios, que representa os donos da Fazenda Arizona, apresentou o projeto de construção, chamando atenção para a importância das parcerias com os órgãos estaduais, municipais e Ongs. “Nós queremos a participação das Ongs e de diferentes entidades, e caso seja aprovado, o Parque seja gerido por pessoas que entendam da área e possam ajudar a administrar o local”, afirma.
O vereador Claudinei Dias, representante da frente parlamentar do Meio Ambiente, formada na Casa, ponderou que o empreendimento será de grande importância para o histórico turístico de Sete Lagoas, porém, o projeto deve ser avaliado com cuidado para que nada seja feito da forma incorreta. “Faltou bom senso para que a gente pudesse fazer esse projeto. Eu acredito que a gente deva gastar mais tempo discutindo a execução do parque. O que agora nós temos que fazer é conversar bastante para que a melhor solução seja encontrada. Hoje me causa uma angústia muito grande em saber que a Serra está abandonada e sem proteção, e isso não pode continuar”, afirma.
Na ocasião, o representante da Ong Adesa, que atua em Sete Lagoas, chamou atenção para a falta de uma política pública municipal, voltada para a gestão de áreas ambientais, como por exemplo a Serra. “Não sei se é dever do estado olhar a questão da construção do parque. Hoje a Serra é uma APA (Área de Proteção Ambiental), mas não está regulamentada. É muito triste ver que Sete Lagoas não sabe cuidar da sua parte ambiental”, disse.
O representante da ALMG, Célio Moreira, aproveitou a deixa para citar que hoje, Sete Lagoas trata apenas 5% do seu esgoto, deixando que 95% caia no Rio das Velhas. Ele afirma que a Casa tem sido, por inúmeras vezes, solicitada em busca de alternativas que minimizem problemas como esse.
Quem também manifestou seu parecer sobre a construção do parque foi o morador, que há 5 anos vive na Serra Santa Helena, Luiz Carlos Carmelo. Ele conta que apesar de a sua casa não estar incluída na área prevista para a construção do parque, teme que a falta de um “cuidado” maior com o local prejudique a execução do parque e também a conservação do mesmo. “Eu e alguns vizinhos meus sempre retiramos garrafas e uma quantidade enorme de lixo. A frente da igreja, que está perto da minha casa tem sido palco de vandalismo. O que tem que ser feito agora é conservar toda a Serra e, depois, pensar em se construir um parque”, finaliza.
por Cíntia Rezende