Representantes das autoescolas de Sete Lagoas, estiveram reunidos nesta tarde (15), na Câmara Municipal, para discutir a atuação dos estabelecimentos e o impacto das ações no trânsito do município.
Na ocasião, muitos temas freqüentes, como o fato de as autoescolas atrapalharem o trânsito na região central da cidade, foram levantados, além do uso dos cones para treinamento dos alunos, junto a outros temas. Outra reclamação feita a classe, é a falta de uma estrutura para atender os alunos e o fato de que a maioria das autoescolas se localizam na região central, fator que prejudicaria o fluxo do trânsito em determinadas horas.
Estiveram presentes no evento, além dos representantes do setor, o presidente do Sindicato dos Transportes de Sete Lagoas Mário Geraldo, que de antemão, explicou que o problema é do trânsito da cidade de uma forma geral, e não de um pequeno setor que trabalha para formação de novos condutores. “A cidade inteira precisa de investimentos na área de trânsito, não só para sinalização, mas também para educação para com os condutores”.
Dona de uma autoescola que há 65 anos atua na cidade, Cláudia Ian, conta que, diferente do que a maioria das pessoas pensam, o fato de se concentrarem no centro, não atrapalha o trânsito local. “Nós não treinamos no centro. Nós apenas nos localizamos na área central. O que atrapalha o trânsito da cidade não são as autoescolas e sim os outros problemas do trânsito”, explicou.
Giovani Garibaldi afirma que, diferente do discutido na audiência, o problema da cidade em geral é quanto a educação dentro do trânsito. Ele afirma que, o crescimento populacional e consequentemente o aumento do número de veículos na cidade, são fatores naturais, mas que a falta de investimento na educação no trânsito é o que determina se a cidade terá ou não um bom fluxo de veículos. “A falta de educação no trânsito é um problema. Nós não temos a cultura de educar as crianças para se inserirem no trânsito. O resultado é esse aí, a gente tem que usar mais medidas preventivas para depois não ter que remediar”, reforça.
Instrutor há sete anos, Giovani conta que, inúmeros são os incentivos para a implementação da educação no trânsito nas escolas. Ele afirma que, uma determinação do Contran, já aprovada, prevê que cada instituição possa contratar um instrutor para dar aula aos jovens e, durante a época de provas, o aluno não teria que frequentar as autoescolas. “Nós queremos é que seja adotada essa medida. Não importamos em formar o aluno desde pequeno. A gente quer mesmo é promover a educação no trânsito”, explicou.
Além da educação voltada para os futuros condutores, a dona de uma autoescola da cidade, Priscila Mari, fez um apelo para melhoria dos serviços voltados ao trânsito na cidade. Um exemplo relatado por Jaqueline, é que diversos instrutores do local onde trabalha, já receberam multas da Guarda Municipal em função de não haver uma área para estacionamento em frente às autoescolas. “O professor chegava, ia lá fazer a biometria , e enquanto isso, o guarda aplicava uma multa”, explica.
Para a representante da autoescola, uma das saídas viáveis para o problema, seria a criação de uma lei, que estabelecesse um tempo de cerca de 10 minutos para parada dos professores, para realizarem a biometria.
Presente na audiência, o morador da cidade Ângelo Gonçalves, classificou a situação do trânsito de Sete Lagoas como “vergonhosa”. Ele conta que tomou conhecimento de que para o ano que vem, o orçamento da cidade para trânsito será reduzido em 20%, fator que irá prejudicar quanto as melhorias. Outro problema apresentando por Ângelo, é que, a Guarda Municipal da cidade não possui qualificação para educar as pessoas no trânsito, ficando apenas com a função de multar. “Em Sete Lagoas, as leis muitas vezes só existem no papel. Eu mesmo nunca ví um guarda educar, só ví multar”, finaliza.
De acordo com o vereador Caio Dutra, que fez o pedido para realização da audiência, um parecer conjunto será emitido em fevereiro, data que a Casa irá retomar as atividades
por Cíntia Rezende